Reciclagem

Portugal reciclou mais, mas está longe de metas europeias

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No primeiro semestre de 2024 foram recolhidas 226.985 toneladas de embalagens dos ecopontos em território nacional, o que representa um aumento de 3% face ao período homólogo. São os dados da Sociedade Ponto Verde (SPV), entidade que gere a recolha e tratamento destes resíduos.

De acordo com o comunicado de imprensa, os dados revelaram que Portugal se encontra “com um ritmo insuficiente para conseguir cumprir a nova meta da reciclagem de embalagens estabelecida pela Europa”, uma vez que, em 2025, o país tem de estar a reciclar, pelo menos, 65% das embalagens colocadas no mercado.

Um volume significativo de embalagens ainda tem como destino os aterros, por serem descartadas inadequadamente. De acordo com a SPV, estão a ser “enterrados”, por ano, 31 milhões de euros de embalagens.

O vidro continua a merecer particular preocupação, salienta a entidade, tendo sido recolhidas 100.621 toneladas, o que significa uma estagnação em comparação com igual período de 2023 (0%), mantendo-se como o único material de embalagem a não cumprir a taxa de reciclagem nacional.

Neste sentido, a Sociedade Ponto Verde defende ser essencial implementar soluções específicas para acelerar a reciclagem do vidro, como o baldeamento assistido, para colocar nas proximidades de cafés, restaurantes e bares, onde são geradas as quantidades mais significativas destes resíduos urbanos facilitando a deposição deste material.

Pela positiva, a SPV avança que foram encaminhadas para reciclagem 75.552 toneladas de papel/cartão (mais 6%), 4.449 toneladas de embalagens de cartão para alimentos líquidos (mais 7%), 41.601 toneladas de plástico (mais 6%) e 1.017 toneladas de alumínio (mais 22%).

“O momento é crítico e é preciso, urgentemente, fazer crescer as taxas de reciclagem de embalagens, através da prestação de um serviço mais conveniente e eficaz aos cidadãos. A prioridade deve estar na alocação de investimento por forma a existir um choque tecnológico no setor que assegure infraestruturas de ecopontos mais modernos e inovadores, possibilitando soluções de incentivos e pay as you throw, em complemento aos outros sistemas existentes como a recolha porta a porta”, lê-se no comunicado de imprensa.

Para Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “tem de existir, neste momento, um esforço adicional para que o país não entre em incumprimento. Neste contexto, o Governo desempenha um papel fundamental. Houve rapidez na tomada de decisão sobre as novas licenças às entidades gestoras, o que se aplaude, e a nossa expectativa é que se siga este ciclo no sentido de se implementar, com agilidade, o que é preciso no setor e apoie os cidadãos a serem mais participativos neste processo da reciclagem de embalagens”.

 

 

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