O negócio Expresso dos CTT passou nos últimos dois anos pelos mesmos desafios que a maioria das empresas do país. Os resultados foram assim influenciados “pelas dificuldades que o mercado e em particular os clientes viveram”, explica Sandra Henriques, diretora comercial da empresa.
Desde clientes que encerraram a sua atividade a outros com decréscimo acentuado nos seus negócios e ainda os que se viram obrigados a reformular estruturalmente o seu modelo de distribuição com vista a redução de custos, “tudo teve impacto nos resultados, bem como a contração da economia que inibiu o crescimento em novos negócios”, avança a responsável. No entanto, o ano de 2013 acabou por revelar-se de “inversão deste ciclo e a CTT Expresso teve um resultado superior ao ano transato, consolidando a sua liderança com uma quota de mercado de 28,6% e aumentando o seu distanciamento do segundo operador do mercado. 2014 é o ano da consolidação da inversão deste ciclo”, sublinha.
No caso da DHL Express Portugal, o ano está a decorrer consoante as previsões da empresa “e com níveis de crescimento semelhantes ao ano anterior”, salienta Américo Fernandes, diretor geral da empresa que considera ainda que se denota “um maior dinamismo das empresas vocacionadas para os mercados externos, especialmente nas pequenas e médias empresas”. Este ano, pela forma como o mercado está a evoluir, o diretor geral da DHL Express Portugal considera que esta tendência irá continuar e melhorar. O primeiro trimestre tem vindo a confirmar as boas perspetivas que se adivinhavam para este ano para o Grupo Rangel.
O volume de negócios tem “vindo a crescer de forma sustentada, tendo estes primeiros três meses representado nesta unidade, em Portugal, um crescimento de 8% em relação ao ano passado”, salienta Nuno Rangel, vice-presidente da empresa. Os resultados são satisfatórios para os profissionais da empresa e num todo, “este período foi muito bom pois as vendas globais de todas as unidades de negócio da Rangel representaram um crescimento de 12%”. Tais dados levam Nuno Rangel a crer que “este será um ano muito interessante”.
O ano de 2014 está a correr tão bem ou melhor que o esperado para algumas empresas o investimento em novos centros é uma realidade. É o caso da Nacex Portugal que acaba de inaugurar dois centros, um em Carnaxide e outro em Guimarães e que a médio-longo prazo tem como objetivo “aumentar a quota de mercado que, neste momento, é de cerca de 4%”, explica João Jales, Country Manager. O crescimento da empresa tem vindo a ser sustentado, ano após ano, “baseando-se na qualidade do serviço, na fiabilidade das entregas e na informação prestada ao cliente no âmbito do rastreio das suas encomendas”. Através destas características, a empresa tem conseguido “atingir as metas a que se propôs, fidelizando e reforçando parcerias com clientes que estão connosco há muito tempo”.
Também a UPS Express registou um ano positivo. A nível internacional, “os resultados foram positivos com um volume diário de crescimento a rondar os 7,9% e lucros operacionais de 12%”, explica Carlos Pinheiro, Area Sales Manager da UPS em Portugal. A empresa não sabe “o que futuro trará” mas toma as medidas necessárias para “gerir bem o seu negócio. Nos países que estão a enfrentar maiores dificuldades, a UPS continua a oferecer um serviço de confiança e eficiente para os clientes no setor dos transportes. A médio e longo prazo, acreditamos globalmente na atividade deste serviço na Europa”.
E-commerce potencia negócio
O consumo privado está a retomar ligeiramente, o que faz com que os sinais de consumo e faturação para as empresas sejam positivos. “O B2C continua a crescer a dois dígitos, o que levou as empresas a alterarem a sua estratégia e a reformularem a sua estrutura para dar resposta às necessidades dos clientes”, explica Olivier Establet.
Paralelamente, as exportações têm-se revelado o indicador macroeconómico menos afetado pela crise económica, com crescimento das mesmas, pelo que as empresas não deverão deixar de aproveitar esta oportunidade para desenvolverem o seu negócio. “Na Chronopost, o serviço internacional tem tido resultados muito reveladores desta tendência: o seu crescimento tem sido superior a 100% em atividade”, acrescenta o administrador-delegado.
Mas se o positivismo deixa a sua marca nos transportadores Expresso, na verdade, há quem continue a procurar promover a entrada de novos clientes uma vez que “os clientes tradicionais começam a apresentar crescimentos em relação ao ano anterior, o que significa que a crise económica está a tornar-se mais ténue e vai ajudar a potenciar um maior desenvolvimento do negócio”, perspetiva Nuno Rangel.
O transporte B2C é “claramente um motor de crescimento no que respeita às entregas de encomendas em Portugal e também na Europa”, explica Carlos Pinheiro da UPS Portugal. As previsões apontam para que as taxas de crescimento na Europa e nos EUA subam de 13% para 15% nos próximos dois anos, segundo dados do Euromonitor de 2012. “Com cada vez mais pessoas a fazer compras online, as empresas estão cada vez mais a vender via Internet e a entregar as encomendas como uma parte essencial da experiência de compra dos seus clientes. Esta é uma excelente oportunidade para a UPS, através da sua gama de soluções logísticas, para apoiar os seus clientes”, acrescenta o Area Sales Manager da UPS Portugal.
O negócio B2C é também uma das apostas da Chronopost, desenvolvido através da rede Pickme! “constituída por 420 lojas de comércio tradicional nas quais os clientes podem levantar ou expedir as suas encomendas, bem como do Predict, um serviço único em Portugal, que permite ao destinatário saber, numa janela horária de apenas uma hora, qual o momento em que a sua encomenda lhe será entregue”, explica o administrador-delegado da empresa.
O e-commerce surge então como uma importante oportunidade para os operadores expresso em Portugal. “Os CTT, também na área do expresso, têm vantagens competitivas únicas na extensão da sua rede em território ibérico. No sul da Europa, o mercado de e-commerce tem mostrado um crescimento notável. Estima-se ter crescido 27,9% em 2013, e aqui claramente a CTT Expresso tem uma palavra a dizer enquanto líder de mercado”, explica Sandra Henriques.
A empresa procura impulsionar as necessidades dos seus clientes e acompanhar a evolução do mercado. “Prova disso é o acordo que fizemos com as lojas Worten, que vão permitir o levantamento de encomendas nesse locais em horários alargados”, acrescenta a diretora comercial. O e-commerce surge também como um desafio para as empresas.
Leia o artigo na íntegra na edição de Maio/Junho da LOGÍSTICA & TRANSPORTES HOJE