Importante para quem quer investir na América Latina é seguir o conselho: consultar quem conhece o mercado e fazer uma entrada faseada, começando por um ou dois países. De resto, os ventos sopram a favor: “Portugal tem uma boa imagem e capacidade para fornecer os serviços de que estes países precisam. É preciso estar atento para aproveitar as oportunidades e exigir ao governo que faça acordos de comércio livre”. Não menos importante é aprender a cooperar, para conseguir “vender a marca Portugal”.
Uma dificuldade reconhecida por Manuel Rocha, administrador da Adega de Borba. “Nos vinhos, Portugal só é uma marca no Brasil e em Angola”. Vencer na América Latina no setor dos vinhos não é fácil: o consumo per capita de vinho em muitos países é baixo e 90% do consumo é de vinhos franceses, espanhóis ou do Chile e Argentina. Depois, sim, há espaço para os vinhos portugueses, da Califórnia ou da Alemanha. “Os nossos vinhos são ótimos, mas ainda não conseguem competir com os franceses a nível de notoriedade”, referiu. Ainda assim, a Adega de Borba está num processo de conquista do mercado latino americano e muito enfocado em países como a Colômbia, Venezuela e Peru.
No caso dos portos, as oportunidades são óbvias, até porque, “com exceção de Sines, que tem uma vocação global, os portos portugueses têm essencialmente uma vocação atlântica e são esses mercados que representam oportunidades para nós”, disse Luís Cacho, Presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro.