Os Fusion Rolls, rolinhos à base de uva desperdiçada pela indústria alimentar, desenvolvidos por três estudantes de diferentes universidades do Porto são os vencedores da oitava edição do Prémio Ecotrophelia Portugal, promovido pela PortugalFoods, que pretende distinguir e estimular o empreendedorismo jovem no setor agroalimentar e reforçar a ligação entre a indústria e a academia.
Em comunicado de imprensa, as responsáveis pelo projeto explicaram que, ao analisarem o mercado, notaram que só existiam produtos à base de fruta líquidos ou desidratados crocantes e, por isso, “quisemos apresentar uma alternativa de snack com uma consistência tenra, muito prática de ingerir e que, à base de uva desperdiçada pela indústria alimentar, mas também de banana e amêndoa, seja uma forma muito conveniente, fácil, saudável e rápida de comer fruta on the go”, referiram Ana Fernandes, Catarina Lourenço e Mariana Fonseca, as mentoras do projeto vencedor.
Juntando áreas de interesse diferentes e com origem em instituições académicas diversas, a equipa Fusion Rolls além de ter vencido o Prémio de Ouro, no valor de 2.000 euros, ganhando assim o ‘passaporte’ para o concurso Ecotrophelia Europe, a realizar-se em Paris, foi também distinguida com o Prémio UPTEC – atribuído pela primeira vez nesta edição –, que lhes garante quatro meses de incubação no Parque da Ciência e da Tecnologia da Universidade do Porto e acesso à Escola de Startups, programa de aceleração de novas ideias e negócios daquele hub académico de inovação.
Adicionalmente, o projeto vencedor terá ainda o apoio habitual das consultoras Market Access e Ivity Brand Corp nas componentes de marketing e branding, adianta a nota de imprensa.
A iniciativa destina-se a estudantes e investigadores do Sistema Científico e Tecnológico nacional, “com espírito empreendedor e vontade de meter as mãos na massa para desenvolver produtos alimentares inovadores e sustentáveis em toda a sua cadeia de valor – desde o conceito, formulação, produção e packaging até aos planos de marketing, negócio e vendas, sem descurar as vertentes nutricional e sensorial”, explica a comunicação.
Com 14 candidaturas e o envolvimento de mais de meia centena de alunos, à competição nacional chegaram oito equipas finalistas que deram a provar os seus produtos alimentares a um júri de quase duas dezenas de membros, entre especialistas em inovação alimentar e stakeholders ligados ao setor agroalimentar.
Segundo a comunicação, a concurso estiveram quatro snacks alimentares, uma bebida, um produto à base de leite, um chocolate e um produto da categoria “biscoito doce, bolo e pastelaria”.
O comunicado de imprensa adianta ainda que outros projetos também foram destacados, nomeadamente as crackers Trinca-Espinhas – à base de farinha de espinha de peixe, farinha de trigo e alecrim, aproveitando subprodutos da indústria e ao SNACTUS, um snack alimentar, com vários níveis de picante, que aproveita as folhas desperdiçadas pela indústria do Opuntia Ficus-Indica (vulgarmente conhecido como Figo da Índia).
Para Deolinda Silva, Diretora Executiva da PortugalFoods, a mais recente edição do prémio “voltou a realçar a capacidade empreendedora, o espírito de união e as competências altamente qualificadas dos estudantes para a resolução de problemas complexos da indústria agroalimentar e na resposta às tendências de consumo”.
E continua: “as gerações mais jovens estão, sem dúvida, muito comprometidas com a construção de um mundo mais sustentável e olham para os princípios da economia circular e da inovação como ingredientes para uma alimentação justa, equilibrada e sustentável”. A responsável sublinha ainda que este projeto mostra “que a indústria e as empresas estão alinhadas com os mesmos propósitos que os consumidores, procurando produtos mais inovadores, que incorporem novas tecnologias e que lancem as bases da alimentação do amanhã”.