Os volumes de transporte aéreo de carga mantiveram o seu nível de recuperação no mês de novembro de 2020, face a outubro do mesmo ano, mas ainda longe dos níveis de 2019, revelam os dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA –International Air Transport Association). Os números mostram que a capacidade continua limitada devido à perda de capacidade de transporte de carga em aeronaves de passageiros que permanecem paradas.
A procura, com ajuste sazonal, 1,6% no comparativo mensal em novembro face ao mês de outubro, resultado um pouco melhor em relação à taxa de crescimento de 1,1% registada em outubro face ao mês anterior de setembro.
A nível global e numa comparação anual (novembro 2020 vs novembro 2019), a IATA refere que a procura, medida em toneladas de carga por quilómetro (CTK), caiu 6,6% (-7,7% nas operações internacionais). Esse resultado está ao nível da queda de 6,2% registada em outubro de 2020 face a período homólogo de 2019.
A IATA admite, contudo, que a descida anual está “distorcida”, uma vez que, em novembro de 2019, houve um aumento na procura após o abrandamento verificado por causa da guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China.
Ao nível da capacidade global, medida em toneladas de carga disponível por quilómetro (ACTK), esta diminuiu 20% em novembro de 2020 (-21,3% nas operações internacionais) em relação ao mesmo período de 2019, resultado quase três vezes maior que a queda da procura. “A crise de capacidade é resultado da redução de 53% na capacidade de transporte de carga em aeronaves de passageiros que permanecem paradas”, admitem os analistas da IATA, considerando, no entanto, que essa queda foi “compensada parcialmente por um aumento de 20% na capacidade nas aeronaves de carga”.
A região da América Latina foi a que maior quebra sofreu em novembro de 2020, face a igual período de 2019, com os números da IATA a revelarem uma descida de 19,2% no transporte aéreo de carga, seguida da Europa (-13,4%), Ásia-Pacífico (-10,6%), América do Norte (-5%), África (-2,6%) e, por fim, Médio Oriente (-2,3%).
Na Europa, os analistas da IATA admitem que o transporte aéreo de carga na região foi significativamente afetado pelo ressurgimento da covid-19, com impacto nos serviços de procura do consumidor, e atividade comercial.
As estimativas da associação apontam para que as medições de carga aérea transportada regressem aos níveis de 2019 por volta de março ou abril de 2021.