Uma série de espécies marítimas da costa portuguesa estão contaminadas com microplásticos, revela o estudo ‘Microplastics in Marine and Estuarine Species From the Coast of Portugal’, publicado na revista Frontiers in Environmental Science. A investigação é do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), de investigadores da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA e da Universidade de Coimbra.
O carapau, a cavala, os mexilhões, as lambujinhas e o minhocão foram as espécies estudadas pelo MARE e em todas foi detetada a presença de microplásticos, tendo as recolhas sido efetuadas em locais distintos da costa portuguesa, revela a NOVA School of Science and Technology, em comunicado.
“Apesar de as consequências em termos de saúde pública ser um tópico que ainda requer mais investigação para se retirarem conclusões, a presença e acumulação de microplásticos em espécies de consumo humano pode representar uma via de ingestão e acumulação desses microplásticos no próprio ser humano, que poderá ter impactes ao nível da nossa saúde devido aos efeitos dos tóxicos associados aos plásticos”, explica o investigador da NOVA School of Science and Technology, João Pequeno.
“É necessário adotar políticas e medidas mais ambiciosas em relação à diminuição da produção e consumo de plástico, aumentar a taxa de reciclagem e incentivar boas práticas na indústria e no consumidor, apostando numa economia circular e em alternativas com menos impacto que o plástico, alerta o cientista.
Os carapaus e as cavalas foram pescados nas zonas de Sesimbra e Figueira da Foz. Os mexilhões foram recolhidos na zona de Porto Covo e no estuário do Tejo. Já as lambujinhas e o minhocão no estuário do Sado.
Os resultados do estudo apresentam uma base para a monitorização futura de microplásticos em seres vivos, mas também pretendem alertar para os riscos para a saúde humana associados ao consumo de peixes e mariscos contaminados com microplásticos.