Investigadores da universidade de Estocolmo detetaram substâncias perfluoroalquiladas (PFAS), substâncias químicas altamente persistentes no ambiente, na água da chuva na maioria dos locais no Planeta Terra, incluindo a Antártida, noticia a Euronews.
Os níveis de orientação seguros para alguns destes produtos químicos caíram drasticamente nas últimas duas décadas devido a novas informações sobre a sua toxicidade.
“Tem existido um declínio surpreendente nos valores de orientação para o PFAS na água potável nos últimos 20 anos”, diz o principal autor do estudo, Ian Cousins. Por exemplo, no ácido perfluorooctanóico (PFOA), os valores de orientação para a água nos EUA diminuíram 37,5 milhões de vezes.
“Com base nas mais recentes diretrizes dos EUA para o PFOA na água potável, a água da chuva em todo o lado seria considerada insegura para beber”, revela o investigador. “Embora no mundo industrial não bebamos muitas vezes água da chuva, muitas pessoas em todo o mundo esperam que seja seguro beber e fornecem muitas das nossas fontes de água potável”, explica.
Os riscos para a saúde da exposição a estas substâncias têm sido amplamente investigados. Alguns cientistas sugerem que podem estar ligados a problemas de fertilidade, risco acrescido de cancro e atrasos no desenvolvimento em crianças. Mas outros relatam que nenhuma causa e efeito podem ser provados entre estes produtos químicos e uma má saúde.
Apesar disso, em resultado desta nova investigação, existem investigadores a apelar a restrições maiores nos PFAS.
“Não podem alguns beneficiar economicamente, ao mesmo tempo que poluem a água potável para milhões de outras pessoas, e causam sérios problemas de saúde”, a diretora-geral da Food Packing Foundation, Jane Muncke, que não esteve envolvida no estudo.
“As grandes quantidades de dinheiro que custará reduzir o PFAS na água potável a níveis seguros, com base na compreensão científica atual, precisam de ser pagas pela indústria que produz e utiliza estes produtos químicos tóxicos”, defende.