A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) emitiu esta segunda-feira (3 de dezembro) um comunicado em que acusa o sindicato SEAL de “usar e abusar dos trabalhadores de Lisboa e de Setúbal numa estratégia de poder e guerra contra outros sindicatos.”
De acordo com a associação, “as greves em Lisboa e em Setúbal não têm nada a ver com a defesa dos interesses dos trabalhadores. Têm apenas a ver com o interesse do presidente do SEAL no seu desejo de protagonismo e poder. E com a sua política de greves permanentes. A sua atividade preferida é decretar greves quando devia ser a defesa do futuro dos trabalhadores.”
A AGEPOR vai mais longe e defende que “tudo continua porque o que interessa ao SEAL é que a greve continue. Não para o interesse dos trabalhadores de Setúbal, mas para o interesse da direção do SEAL. Agora vamos ouvir a ladainha da solidariedade que de tanto usada, com prejuízo dos trabalhadores de Lisboa, e agora também dos de Setúbal, já cansa.”
“Os números não mentem! O declínio do porto de Lisboa é uma evidência. Os armadores não têm interesse em escalar portos que estão sempre em greve, que estão sempre em conflito. De primeiro porto nacional Lisboa já passou para terceiro. E por este caminho há de chegar a último. E parece que Setúbal lhe pode seguir as pegadas. O que têm de comum? O SEAL! (…) Esperemos que quando os trabalhadores de Lisboa e de Setúbal acordarem para a realidade não seja tarde demais… Apetece-nos gritar ‘estivadores de Lisboa, estivadores de Setúbal: deixem de ser carne para canhão para interesses que não são os vossos’”, conclui a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal.
Os trabalhadores do Porto de Setúbal estão em greve desde o passado dia 6 de novembro e sem acordo à vista. Na passada semana, depois de uma reunião entre o Ministério do Mar, o sindicato dos estivadores e os operadores do Porto de Setúbal, a Operestiva anunciou que não foi possível chegar a acordo.