Transportes

Hi Fly quer criar alternativa ao plástico para refeições servidas a bordo

Hi Fly quer criar alternativa ao plástico para refeições servidas a bordo

A indústria de aviação é responsável pelo transporte anual de 4,4 mil milhões de passageiros em 41,9 milhões de voos comerciais e 45 mil rotas, e a quem são servidas 3964 refeições a bordo a cada 60 segundos.  Mas para onde vai todo o desperdício gerado a bordo?

De acordo com números da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), 17% do desperdício consumido em cabine é plástico de uso único (garrafas de água e copos), estimando-se que se gerem cerca de 5,7 milhões de toneladas de desperdício todos os anos em cabine.

Paulo Mirpuri, presidente da Fundação Mirpuri e da Hi Fly, companhia aérea, explica que “todo o plástico que deitamos no oceano volta para nós em peso através da cadeia alimentar, gerando doenças. É por isso que as companhias aéreas devem antecipar-se às medidas que vierem a ser estudadas e adotadas, eliminando voluntariamente o plástico de uso único no prazo de cinco anos”.

O plástico de uso único, que representa cerca de 50% do lixo recolhido nas praias europeias, é um dos maiores desperdícios gerados a bordo. “25 a 30% do desperdício em cabine é composto por comida servida a bordo que não é consumida e que acaba por ser incinerada, quando não teria necessariamente de fazer parte da estatística do desperdício. Isto representa 2,5 a 3 mil milhões de dólares que estão a ser literalmente queimados anualmente. Sendo um sistema muito eficiente por excelência, urge que o desperdício (e a sua gestão) passe também a fazer parte da forma como o avião é pensado, projetado e concebido – não só o que o integra, mas também o que nele circula. A economia circular pode ajudar a enfrentar este problema – reciclar pode ser até 65% mais barato do que a opção de incinerar. Para isso, é fundamental encontrar formas de se poder analisar a composição deste desperdício de modo a que o setor se torne mais eficaz e sustentável neste ponto de vista”, explica a Hi Fly.

Hi Fly e Universidade do Minho desenvolvem substituto do plástico
Para dar resposta a este problema, está em curso uma investigação da Universidade do Minho, em parceria com a Fundação Mirpuri e a Hi Fly, que pretende criar uma alternativa ao plástico, eco-friendly.

“Este projeto decorre há um ano e estou muito satisfeito com os resultados”, sublinha Paulo Mirpuri, esclarecendo ainda que “o objetivo é ter no final – talvez já deste ano – uma solução que possamos partilhar com o mundo, uma vez que não queremos fazer negócio com esta descoberta”.

Recorde-se que a Hi Fly foi uma das primeiras transportadoras a operar serviços de passageiros sem o uso de plásticos a bordo numa série de voos intercontinentais durante o período natalício de 2018.

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