De acordo com um inquérito realizado pela associação, mais de 90% dos inquiridos considera que o novo regime de bens em circulação teve um forte impacto na atividade da empresa e 60% considera que o aumento da burocracia foi o fator mais impactante para a empresa.
“A carga administrativa imposta às empresas demonstra um total desconhecimento da velocidade atual das cadeias de abastecimento modernas”, refere a presidente da Direção da APOL, Carla Fernandes.
67% dos associados considera que o investimento financeiro para adaptação ou criação de sistemas informáticos de emissão/comunicação de Documentos de Transporte (DT), uma nova obrigação do regime de bens em circulação, foi o que teve mais impacto financeiro nas empresas, desde a entrada em vigor do regime.
Os associados da APOL defendem ainda que “os custos associados à implementação ou atualização de sistemas informáticos, a par dos custos de contexto”, vão-se refletir no tempo, o que “não é admissível numa altura em que as empresas tentam ser eficientes e competitivas, num clima económico muito competitivo.”
Por outro lado, dois terços dos operadores logísticos consideram que o combustível é um dos custos que mais incide diretamente sobre a atividade, assim como os custos de trabalho (salários e custos associados). 77% dos inquiridos apontou a reformulação de fluxos e procedimentos de movimentação e armazenagem de carga/bens, como indutor de impacto financeiro na empresa, assim como 33% dos associados da APOL, que responderam ter sentido impacto na empresa com os custos despendidos em formação de colaboradores para cumprimento das novas obrigações legais (horas/custo).
A Presidente da Direção da APOL considera que “as medidas previstas vêm adicionar burocracia aos sistemas logísticos, sendo mais um obstáculo à competitividade das empresas e, por isso, um retrocesso e uma barreira à sua atividade, com consequências graves para os consumidores portugueses, sem que seja visível um benefício geral que o compense ao nível da sociedade”.