Portos

Portos do Continente movimentam quase 23 milhões de toneladas no primeiro trimestre

Sines representa 92,2% do total das perdas na movimentação dos portos até outubro

Nos primeiros três meses do ano de 2019, os portos comerciais do continente movimentaram quase 22,7 milhões de toneladas, um valor superior em +3,3% ao registado em igual período de 2018 e correspondente a uma variação global de cerca de +725 mil toneladas (mt), revela a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Este comportamento explica-se essencialmente pelo desempenho dos portos de Sines e Leixões, onde se verificaram acréscimos de +5,8% e de +5,3%, respetivamente. Salienta-se o facto de Leixões registar a melhor marca de sempre nos períodos homólogos ultrapassando o registo de 2017 e de Sines manter uma quota de mercado maioritária absoluta de 51,6%, seguido de Leixões com 20,5% e Lisboa com 11,9%.

A Carga Contentorizada (+793 mt), os Produtos Petrolíferos (+446 mt), os Outros Granéis Líquidos (+134 mt), a Carga Fracionada (+105 mt), a carga Ro-Ro (+96 mt) e os Minérios (+53 mt) foram as que mais contribuíram positivamente para o desempenho dos portos comerciais. Por oposição, as cargas que registaram quebras foram essencialmente o Petróleo Bruto (-586 mt), os Outros Granéis Sólidos (-141 mt) e os Produtos Agrícolas (-121 mt).

No segmento dos Contentores, constata-se que o sistema portuário do Continente movimentou no primeiro trimestre de 2019 um volume que ultrapassa os 755 mil TEU, uma variação homóloga de +12,7% face a igual período de 2018, destacando-se Leixões e Setúbal pelo facto de, após variações respetivas de +18,2% e de +0,7%, atingirem as melhores marcas de sempre.

Ainda neste segmento, sublinha-se que o porto de Sines reforça a liderança com uma quota de 57,7%, superior em +1,7 pp ao valor homólogo de 2018, seguindo-se Leixões (22,4%), Lisboa (14,2%) e Setúbal (5%).

A propósito do desempenho do porto de Sines, importa salientar o forte crescimento do tráfego import-export, com o hinterland, que no período em análise regista um acréscimo de +48,7%, atingindo 120,9 mil TEU, enquanto o tráfego de transhipment, que continua a representar a quota mais significativa, de 72,3% do total do tráfego registado no porto, observou um crescimento de +7,2%.

Nos portos comerciais, registou-se um total de 2511 escalas (+0,9% face ao período homólogo de 2018) de navios de diversas tipologias no primeiro trimestre do ano de 2019, a que correspondeu um volume global de arqueação bruta (GT) de quase 47,8 milhões (+10%), representando o valor mais elevado de sempre por influência dos portos de Douro e Leixões, Aveiro e Setúbal, que registaram igual marca.

Em termos de fluxos de carga, a variação global observada no movimento portuário entre janeiro e março de 2019 foi positiva quer para os embarques, como para os desembarques, refletindo acréscimos respetivos de +2,6% e de +3,8%, correspondentes a +226 e a +499 mil toneladas (mt).

A Carga Contentorizada em Sines e Leixões contribuiu significativa e positivamente para o comportamento positivo do fluxo de operações de embarque, registando acréscimos de +14,7% (em Sines) e +25,8% (em Leixões), correspondentes a 346 mt e a 185 mt, representando 63,2% do total de acréscimos registados. Também a Carga Fracionada em Aveiro e Leixões, os Minérios em Setúbal, os Outros Granéis Líquidos em Lisboa e a carga Ro-Ro em Leixões e Setúbal contribuíram positivamente para o desempenho das operações de embarque.

As variações negativas são protagonizadas essencialmente pelo mercado de Produtos Petrolíferos em Sines com -284 mt, representando 42,9% do total das quebras (-18,2% face ao período homólogo).

No que diz respeito às operações de desembarque, onde estão incluídas as importações, importa salientar o importante papel dos Produtos Petrolíferos, da Carga Contentorizada e dos Outros Graneis Líquidos em Sines que contribuíram positivamente para o desempenho destas operações, crescendo, respetivamente, +49,1%, +9,8% e +427,2%. Os três mercados relevantes que surgem nas posições seguintes são todos de Leixões e respeitam a Produtos Petrolíferos (+43,3%), Carga Contentorizada (+9,1%) e Ro-Ro (+31,2%), representando no seu conjunto 14,5% do total dos acréscimos registados.

Das variações negativas mais expressivas salienta-se o mercado de Petróleo Bruto em Sines e Leixões, que diminui, respetivamente, -16,8% e -20%, seguido dos Produtos Agrícolas em Lisboa (-10,7%), do Carvão em Sines (-5,3%) e da Carga Contentorizada em Lisboa (-14,8%).

Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 60,6%, 70,5%, 52,3% e 100%, respetivamente. O porto de Faro apresenta uma quota residual de 0,2% do volume total de carga embarcada, sendo que no conjunto dos quatro se atinge uma quota de carga embarcada de 14,4% (10,2% destes respeitam a Setúbal).

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