Nos primeiros três meses do ano de 2019, os portos comerciais do continente movimentaram quase 22,7 milhões de toneladas, um valor superior em +3,3% ao registado em igual período de 2018 e correspondente a uma variação global de cerca de +725 mil toneladas (mt), revela a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Este comportamento explica-se essencialmente pelo desempenho dos portos de Sines e Leixões, onde se verificaram acréscimos de +5,8% e de +5,3%, respetivamente. Salienta-se o facto de Leixões registar a melhor marca de sempre nos períodos homólogos ultrapassando o registo de 2017 e de Sines manter uma quota de mercado maioritária absoluta de 51,6%, seguido de Leixões com 20,5% e Lisboa com 11,9%.
A Carga Contentorizada (+793 mt), os Produtos Petrolíferos (+446 mt), os Outros Granéis Líquidos (+134 mt), a Carga Fracionada (+105 mt), a carga Ro-Ro (+96 mt) e os Minérios (+53 mt) foram as que mais contribuíram positivamente para o desempenho dos portos comerciais. Por oposição, as cargas que registaram quebras foram essencialmente o Petróleo Bruto (-586 mt), os Outros Granéis Sólidos (-141 mt) e os Produtos Agrícolas (-121 mt).
No segmento dos Contentores, constata-se que o sistema portuário do Continente movimentou no primeiro trimestre de 2019 um volume que ultrapassa os 755 mil TEU, uma variação homóloga de +12,7% face a igual período de 2018, destacando-se Leixões e Setúbal pelo facto de, após variações respetivas de +18,2% e de +0,7%, atingirem as melhores marcas de sempre.
Ainda neste segmento, sublinha-se que o porto de Sines reforça a liderança com uma quota de 57,7%, superior em +1,7 pp ao valor homólogo de 2018, seguindo-se Leixões (22,4%), Lisboa (14,2%) e Setúbal (5%).
A propósito do desempenho do porto de Sines, importa salientar o forte crescimento do tráfego import-export, com o hinterland, que no período em análise regista um acréscimo de +48,7%, atingindo 120,9 mil TEU, enquanto o tráfego de transhipment, que continua a representar a quota mais significativa, de 72,3% do total do tráfego registado no porto, observou um crescimento de +7,2%.
Nos portos comerciais, registou-se um total de 2511 escalas (+0,9% face ao período homólogo de 2018) de navios de diversas tipologias no primeiro trimestre do ano de 2019, a que correspondeu um volume global de arqueação bruta (GT) de quase 47,8 milhões (+10%), representando o valor mais elevado de sempre por influência dos portos de Douro e Leixões, Aveiro e Setúbal, que registaram igual marca.
Em termos de fluxos de carga, a variação global observada no movimento portuário entre janeiro e março de 2019 foi positiva quer para os embarques, como para os desembarques, refletindo acréscimos respetivos de +2,6% e de +3,8%, correspondentes a +226 e a +499 mil toneladas (mt).
A Carga Contentorizada em Sines e Leixões contribuiu significativa e positivamente para o comportamento positivo do fluxo de operações de embarque, registando acréscimos de +14,7% (em Sines) e +25,8% (em Leixões), correspondentes a 346 mt e a 185 mt, representando 63,2% do total de acréscimos registados. Também a Carga Fracionada em Aveiro e Leixões, os Minérios em Setúbal, os Outros Granéis Líquidos em Lisboa e a carga Ro-Ro em Leixões e Setúbal contribuíram positivamente para o desempenho das operações de embarque.
As variações negativas são protagonizadas essencialmente pelo mercado de Produtos Petrolíferos em Sines com -284 mt, representando 42,9% do total das quebras (-18,2% face ao período homólogo).
No que diz respeito às operações de desembarque, onde estão incluídas as importações, importa salientar o importante papel dos Produtos Petrolíferos, da Carga Contentorizada e dos Outros Graneis Líquidos em Sines que contribuíram positivamente para o desempenho destas operações, crescendo, respetivamente, +49,1%, +9,8% e +427,2%. Os três mercados relevantes que surgem nas posições seguintes são todos de Leixões e respeitam a Produtos Petrolíferos (+43,3%), Carga Contentorizada (+9,1%) e Ro-Ro (+31,2%), representando no seu conjunto 14,5% do total dos acréscimos registados.
Das variações negativas mais expressivas salienta-se o mercado de Petróleo Bruto em Sines e Leixões, que diminui, respetivamente, -16,8% e -20%, seguido dos Produtos Agrícolas em Lisboa (-10,7%), do Carvão em Sines (-5,3%) e da Carga Contentorizada em Lisboa (-14,8%).
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 60,6%, 70,5%, 52,3% e 100%, respetivamente. O porto de Faro apresenta uma quota residual de 0,2% do volume total de carga embarcada, sendo que no conjunto dos quatro se atinge uma quota de carga embarcada de 14,4% (10,2% destes respeitam a Setúbal).