Mais de um quarto dos bairros do Reino Unido apresentam níveis de poluição “altamente prejudiciais” à vida selvagem, de acordo com uma análise da Friends of the Earth International, uma das maiores federações ambientais a nível mundial.
A Federação avançou que 27,5% das áreas em território britânico atingem níveis prejudiciais à natureza. Estas áreas são definidas como locais onde a poluição do ar, da água, do ruído e da luz excedem os parâmetros aceitáveis para a preservação da natureza e da biodiversidade.
Chelsea e Fulham foram identificadas como as áreas com a maior concentração de pontos críticos de poluição, seguidas por Salford, Worsley e Eccles, Vauxhall e Camberwell e Battersea.
A investigação revelou que 9.062 dos 32.844 bairros na Inglaterra são zonas críticas no que toca a poluição.
De acordo com a Federação, uma em cada seis espécies está em risco de extinção na Inglaterra, com a vida selvagem a lutar diariamente para sobreviver em muitas áreas devido à poluição química, prevalência de pesticidas, despejo de esgotos, poluição do ar e luminosa.
Desde o Brexit, menos produtos químicos tóxicos são proibidos no Reino Unido do que na União Europeia (UE), com as regulamentações relativamente à poluição da água também em abrandamento.
Neste sentido, a Friends of the Earth Internacional apelou ao governo britânico para que tome medidas e consagre o direito a um meio ambiente saudável através de uma lei de direitos ambientais. A lei permitiria capacitar as comunidades a responsabilizar os reguladores e órgãos públicos a reduzir a poluição urbana.
Sienna Somers, ativista da natureza na Federação, afirmou que “sucessivos governos falharam em proteger o nosso meio ambiente da poluição e em garantir que as pessoas possam continuar a desfrutar dos benefícios que a natureza traz”.
Para a ativista, “embora os humanos possam optar por evitar águas poluídas, por exemplo, muitas espécies importantes para a vida selvagem não conseguem evitar que a poluição que bombeamos diariamente chegue às suas ‘salas de estar’”.
Neste sentido, Sienna Somers defende que “os poluidores devem ser responsabilizados pelos danos que causam e devem ser forçados a limpá-los. Leis mais fortes para responsabilizar os maiores poluidores também devolveriam o poder às comunidades para defender os nossos direitos, criando assim um ambiente mais limpo e saudável para a vida selvagem e para as pessoas”.