Com o intuito de tornar as baterias mais viáveis e sustentáveis, vários investigadores têm procurado por alternativas às baterias de lítio. Entre elas, estão por exemplo, o zinco, o vanádio ou o sódio, este último tem ganho alguma importância ultimamente. A Natron Energy e a Faradion são duas empresas que se têm destacado no desenvolvimento dessas baterias.
De acordo com o Portal Energia, as baterias de sódio têm metade da densidade de energia (cerca de 285 Wh/Kg) em comparação com as de lítio, com base em declarações do investigador da Universidade de Northeastern, K.M.Abranham. Dessa maneira, têm um tempo de execução mais duradouro, mas acabam por ser mais instáveis que as de sódio. Este é um dos campos que está a ser aprimorado.
Relativamente à segurança, o Portal Energia afirma que as de sódio não são inflamáveis e não tem fugas térmicas, quando comparadas com as de lítio, que possuem esses problemas.
Outro dos benefícios destas novas baterias referidos é a sua aplicação estacionária, como armazenamento de energia renovável para habitações ou para backup de datacenters. O custo de aplicação é considerado também menor, entre menos 10 a 20%. A nível de sustentabilidade, não têm na sua base metais tóxicos e o sódio existe em abundância.
Natron Energy
A Natron Energy está a desenvolver baterias a partir de sódio, com recurso ao pigmento azul prussiano. Esse uso deve-se a ser “excelente a armazenar iões de sódio”, revela o chief executive officer da Natron Energy, Colin Wessells, à Bloomberg.
A Natron, que surgiu em 2012 na Universidade de Stanford, já angariou cerca de 70 milhões de dólares de investiores, incluindo a gigante do gás e petrólio Chevron Corp. Mais recentemente ganhou um financiamento de 19 milhões de dólares atribuído pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos da América.
A empresa tem como principal objetivo comercial a venda de baterias para sistemas de backup dos centros de dados, sendo que começou os envios para consumidores na área das telecomunicações e dos provedores de internet no terceiro trimestre do ano passado. A start-up está também a testar a tecnologia em veículos elétricos.
O uso do pó azul da Prússia, produzido através da combinação entre cloreto de ferro e o ferrocianeto de potássio, oferece às baterias vantagens por ser barato, estar disponível amplamente e pelas suas propriedades serem bem compreendidas. Além disso, segundo o Colin Wessels, a sua estrutura química é ideal para elétrodos de bateria, os componentes que armazenam e libertam energia, uma vez que permite a passagem dos iões mais facilmente.
Essa vantagem torna a bateria mais duradoura, além de ser mais barato e rápido para recarregar. Apesar disso, ocupa mais espaço. “A nossa tecnologia não é adequada para veículos elétricos, para aviões elétricos e para eletrónica de consumo”, afirma o responsável da Natron Energy.
Faradion
A Faradion é outra das empresas que se tem destacado no fabrico de baterias a partir do sódio. Recentemente, a desenvolvedora anunciou uma colaboração com a fabricante de baterias AMTE Power, noticia o Green Car Congress.
A Faradion surgiu em 2011, com o objetivo de desenvolver tecnologia baseada em iões de sódio. A empresa tem como foco a criação de propriedade intelectual, que depois é licenciada a parceiros e empresas para o fabrico de baterias de sódio.
A nova colaboração vai permitir à AMTE Power a possibilidade de fabricar e vender células de iões de sódio (a incorporar em baterias) para soluções de armazenamento de energia (ESS). Nomeadamente, para o uso no armazenamento de energia residencial, nas micro redes comerciais, nas turbinas eólicas e no armazenamento de energia das marés.