Um estudo liderado em Portugal pela Universidade de Évora (UÉ) quer identificar potenciais locais para instalações-piloto de armazenamento geológico de CO2, tecnologia que evita a libertação para a atmosfera do dióxido de carbono produzido pelas indústrias dos setores eletroprodutor, siderúrgico ou cimenteiro.
Júlio Carneiro, coordenador do projeto na UÉ, explica que o armazenamento geológico “evita a libertação para a atmosfera do CO2 produzido por aquelas indústrias, pois o gás é injetado no subsolo, a grandes profundidades, onde fica sequestrado nas rochas de forma permanente”.
As consequências para o ambiente, revela a UÉ, são a redução direta de emissões de gases com efeito de estufa e a contribuição para uma economia circular, uma vez que o CO2 capturado pode ser reutilizado na produção de metano ou de combustíveis sintéticos, entre outras aplicações.
O projeto, que tem uma dotação orçamental superior a dez milhões de euros, chama-se PilotSTRATEGY – CO2 Geological Pilots in Strategic Territories e é liderado pelo instituto francês BRGM- Bureau de Recherches Géologiques et Minières. O piloto envolve dezasseis instituições públicas e privadas de sete países (França, Espanha, Portugal, Grécia, Polónia, Alemanha e Reino Unido), sendo que, em Portugal, cabe ao ICT da Universidade de Évora, em parceria com a GALP e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICC-UL) o desenvolvimento dos trabalhos.