O MOB LAB Congress volta no dia 27 de junho, a ter lugar no CEiiA (Matosinhos), com o objetivo de conectar a comunidade que transforma a mobilidade em mobilidade sustentável. Irene Moreira, Head of Content – Mobility na Abilways Portugal, partilha de que forma foi pensado o programa deste ano.
Como foi pensado o MOB LAB Congress para este ano e o que influencia as vossas escolhas?
O objetivo é construir um programa de evento que traga a debate os temas que interessam às empresas, municípios e pessoas que compõem este ecossistema. Este é um setor em que cada vez mais surgem hubs de investigação, partilha de boas práticas e experimentação. Há muita coisa a acontecer em simultâneo, quer no investimento feito pelas empresas, quer no que é exigido em termos de regulamentação, o que é extremamente interessante. É preciso perceber o que merece ser destacado e de que forma produz efeito na transformação da mobilidade sustentável.
Não é apenas um dia de networking, que também é interessante, é sobretudo uma experiência de aprendizagem
Na Abilways Portugal, fazemos um trabalho constante de acompanhamento do setor, analisamos estudos, observamos aquilo que acontece a nível internacional, nomeadamente no espaço europeu. Dialogamos com os nossos parceiros, sejam eles, patrocinadores, oradores ou participantes em eventos nossos, com o objetivo de ouvir e conhecer aquelas que são as dificuldades que têm, como querem ver crescer o seu negócio ou os seus municípios, que expetativas têm em relação a políticas públicas, perceber que diálogo provocar entre os setores público e privado.
Depois de identificadas as grandes temáticas, materializamos com exemplos e experiências reais de como é que tudo isto acontece. Este ano as temáticas são: o diálogo entre agentes públicos e privados; a transformação das cidades em cidades inteligentes; cenários de investimentos e transformação das infraestruturas; a retração dos combustíveis fósseis e a eficiência energética; a interconexão dos transportes, entre outros.
Trazer o MOB LAB Congress para o CEiiA é prova de que este é um evento que tem entre os seus principais pilares a inovação.
Por outro lado, damos visibilidade a temas que aparentam um nível embrionário de desenvolvimento e que sabemos a curto ou médio prazo estarão entre as prioridades. Esta antecipação das temáticas é fundamental.
Há ainda a acrescentar o trabalho de escolha dos oradores cujo conhecimento sobre os temas que abordam é reconhecido. Sempre com o objetivo de trazer ao evento o match de excelência entre o que é feito, como é feito e por quem é feito. Não é apenas um dia de networking, que também é interessante, é sobretudo uma experiência de aprendizagem e valorização do peer-to-peer learning gerado no MOB LAB Congress.
Como procuram inovar num evento que vai na sua 6ª edição?
Inovamos na abordagem dos temas, na escolha de novos oradores, na dinamização da interação entre os participantes. Este ano também o espaço em que realizamos o evento demonstra bem o nosso comprometimento com a inovação. Trazer o MOB LAB Congress para o CEiiA é prova de que este é um evento que tem entre os seus principais pilares a inovação.
Por outro lado, trazemos inovação na forma como os conteúdos são partilhados, no sentido de incentivarmos empresas e oradores a serem arrojados e criativos ao passarem as suas mensagens, estimulando a que recorram a metodologias de partilha que incorporem opções digitais, com uma linguagem com impacto e que surpreenda.
É crescente o comprometimento com a mobilidade sustentável. Trata-se de uma tomada de consciência coletiva que dá bons frutos.
É fundamental trazer novos oradores e novas empresas, dar voz a experiências diferenciadoras e promover o debate que junte diferentes perspetivas, pois é na diversidade de pensamento e de execução que a aprendizagem acontece e que há terreno fértil para fazer crescer a inovação.
Que análise faz da mobilidade sustentável em Portugal atualmente, com a evolução que tem testemunhado?
Portugal tem feito o seu caminho, nem sempre à velocidade desejável de implementação de ações concretas. No entanto, reconhecemos com particular satisfação, que se trata de um setor comprometido com a inovação e que procura integrar os vários stakeholders e players, construindo um diálogo maduro. É crescente o comprometimento com a mobilidade sustentável. Trata-se de uma tomada de consciência coletiva que dá bons frutos. De salientar a resposta positiva que tem sido dada por vários dos nossos municípios como parte ativa na procura e implementação de soluções integradas de mobilidade sustentável. Não apenas quando desafiados a integrar projetos de âmbito europeu, como também a abrirem portas à experimentação e transformação das cidades em cidades inteligentes.
Hoje quando falamos de mobilidade estamos também a falar de algoritmos de inteligência artificial, de machine learning, de cibersegurança
Por outro lado, a explosão tecnológica tem tido impacto direto na mobilidade sustentável, a merecer por parte das empresas investimentos relevantes no desenvolvimento de soluções digitais. Falamos na captação e análise de dados e respetivo contributo para a tomada de decisão, assente em métricas e monitorização de dados. Hoje quando falamos de mobilidade estamos também a falar de algoritmos de inteligência artificial, de machine learning, de cibersegurança. Também o 5G é hoje uma realidade a ganhar espaço.
Os aspetos relacionados com a transição energética têm feito um caminho galopante e as empresas do setor fazem um trabalho notável com soluções inovadoras de resposta à necessidade de descarbonização do setor. A mobilidade suave e o papel que ocupa nas cidades também tem ganho visibilidade. Além de que traz associadas questões relacionadas com a segurança, que têm sido objeto de investimento por parte, quer das entidades públicas responsáveis por estas matérias, quer por empresas privadas atuantes no setor. Sentimos que há ambição e vontade de protagonizar a mobilidade sustentável.
Sentimos que há ambição e vontade de protagonizar a mobilidade sustentável.