O Centro PINUS, associação para a valorização da floresta de pinho, estima que, com base em dados públicos de gestão de resíduos em Portugal relativos a 2021, mais de metade da madeira que chega ao circuito de resíduos urbanos (aproximadamente 64 628 toneladas) seja ainda depositada em aterro ou queimada em centrais de valorização energética.
A associação lembra que, em 2022, as empresas transformadoras de madeira associadas do Centro PINUS evitaram a deposição em aterro ou a queima de 302 728 toneladas de resíduos de madeira.
“Esta situação compromete o cumprimento de diversos requisitos legais nacionais e comunitários, assim como, o princípio do uso em cascata da madeira, a disseminação de práticas de economia circular e a redução de emissões e descarbonização”, declara o Centro PINUS.
“Para as empresas do setor, a disponibilidade de madeira para reciclagem é insuficiente para as necessidades das empresas que procuram, entre outras estratégias, apostar na reciclagem para minimizar o défice de madeira de pinho, atualmente de 57% do consumo anual”, nota.
O Centro PINUS considera preocupante a deposição em aterro ou a queima de resíduos de madeira provenientes de obras de construção civil ou de caixas, paletes ou mobiliário em fim de vida. “Estes podem ser transformados em novos painéis derivados de madeira, amplamente aplicados em cozinhas, escritórios ou em pavimentos, produtos de alto valor acrescentado que são cada vez mais procurados pelo consumidor e pelos mercados externos e que continuam a armazenar carbono sequestrado na floresta durante décadas”, explica a associação.
Nesse sentido, o Centro PINUS defende políticas “mais incisivas” para o estímulo da economia circular, a criação de incentivos e refere que o aumento da Taxa de Gestão de Resíduos pode ser também necessário para dissuadir o envio destes resíduos para aterro.