O porto de Sines passou, novamente, a deter uma quota maioritária absoluta de 50,3% do total de carga movimentada, um acréscimo de 2,3 pontos percentuais à do período homólogo de 2019, embora esteja ainda a 4,1 pp do seu máximo registado em 2016. Leixões permanece no segundo lugar, com uma quota de 21,5%, seguido por Lisboa (11,1%), Setúbal (7,9%), Aveiro (6,1%) e Figueira da Foz (2,5%), sendo que Viana do Castelo, Faro e Portimão representam no seu conjunto 0,6%.
Nos primeiros oito meses deste ano, o segmento dos Contentores registou um volume total de 1,8 milhões de TEU, uma redução de 2,6%, correspondente a -47,6 mil TEU, e refletindo uma recuperação de 3,9 pontos percentuais relativamente ao mês anterior. Esta recuperação surge na sequência de um acréscimo global de 28,4% ocorrido no mês de agosto, com o contributo decisivo do porto de Sines, que regista uma variação de +69,3%, tendo sido acompanhado pelas variações de +29% em Setúbal e de +8,6% em Leixões.
Setúbal e Leixões registam o volume mais elevado de sempre nos períodos homólogos, com acréscimos de 0,8% e de 14,4%, respetivamente. Importa referir que o porto de Setúbal regista variações mensais positivas pelo sexto mês consecutivo, oscilando entre +11,1% em junho e +44,9% em abril.
Sines fecha o período janeiro-agosto de 2020 com uma variação total de +6,7%, correspondente a +65,1 mil TEU. Os acréscimos referidos, de Sines, Leixões e Setúbal, não foram suficientes para anular as variações negativas de Lisboa e da Figueira da Foz que ascendem, respetivamente, a -39,9% (-125,5 mil TEU) e a -32,3% (-4,8 mil TEU).
Tendo em conta o seu peso no mercado de contentores do porto de Sines, importa sublinhar que o tráfego de transhipment representou 67,9% do volume movimentado neste porto e registou uma variação de +5,3%, impulsionada pelo movimento realizado em agosto, o mais elevado dos últimos 19 meses e que releva um acréscimo homólogo de 89,4%. Acresce referir que o tráfego com o hinterland regista igualmente um acréscimo no período de janeiro a agosto, de +9,8%, atingindo o valor mais elevado de sempre, 332 005 TEU.
Ainda no mercado de Contentores, refere-se que o porto de Sines eleva a liderança para uma quota maioritária absoluta de 57%, seguindo-se Leixões, com 25,9%, Lisboa, com 10,4%, Setúbal, com 6%, e Figueira da Foz, com 0,6%.
Relativamente ao número de escalas de navios, nas diversas tipologias, o conjunto dos portos registou nos primeiros oito meses deste ano um total de 6280 escalas, um recuo de -11,7% (-830 escalas no total) face ao período homólogo de 2019, correspondente a uma arqueação bruta de cerca 112,7 milhões, menos -14,8% face a igual período do ano anterior.
Este comportamento global resulta de diminuições do número de escalas observadas na maioria dos portos, tendo Lisboa dado um forte contributo ao registar -546 escalas, incluindo cerca de 176 escalas canceladas por aplicação das medidas de combate à pandemia de covid-19. Estas medidas tiveram igualmente impacto nos portos do Douro e Leixões e Portimão, que registaram uma diminuição total de, respetivamente, 104 e 44 escalas. Apenas Figueira da Foz e Faro registam variações positivas no número de escalas ao registar em agosto um crescimento de +9 e de +6 escalas, respetivamente.
A quota mais elevada do número de escalas no período total dos oito meses é detida pelos portos de Douro e Leixões, com 26,1% do total, seguidos de Sines (com 21,3%), Lisboa (17,8%), Setúbal (16,7%), Aveiro (10,4%), Figueira da Foz (5,1%) e Viana do Castelo (2,1%).
A variação global negativa do volume de carga movimentada no período janeiro-agosto de 2020 face ao mesmo período de 2019, resulta da conjugação de comportamentos negativos registados nas operações de embarque e nas operações de desembarque, incluindo transhipment, que observam quebras respetivas de 4,5% e de 11,6%.
Carvão influencia negativamente
O comportamento do fluxo de embarque, que inclui a carga de exportação, é caracterizado pelo comportamento positivo de 17 dos 45 mercados, movimentando um volume superior ao homólogo de 2019 em +1,24milhões de toneladas, tendo os restantes 28 registado comportamento negativo, com um decréscimo total que ascende os -2,29 milhões de toneladas.
Este segmento é fortemente influenciado pelos mercados da Carga Contentorizada e dos Produtos Petrolíferos de Sines, que registam variações respetivas de +600,6 e +168,8 mil toneladas e representam 48,6% e 13,7% do total das variações positivas. As posições seguintes são ocupadas pela Carga Contentorizada de Leixões (+90,4 mt) e de Setúbal (+75,1 mt), após acréscimos respetivos de +3,7% e de +11,6%.
A Carga Contentorizada de Lisboa e Produtos Petrolíferos de Leixões são os principais mercados a assinalar variações negativas, ascendendo a, respetivamente, -944,4 mt e a -545,8 mt, representando 41,3% e 23,9% do total das variações negativas apuradas.
No segmento das operações de desembarque, do total dos 48 mercados, 16 registaram comportamento positivo com acréscimos superiores a +1,47 milhões de toneladas e 32 tiveram comportamento negativo com um decréscimo de -5,58 milhões de toneladas.
A condicionar fortemente este segmento surge o Carvão em Sines, responsável pela diminuição de -1,96 milhões de toneladas (-92,9% do que no período janeiro-agosto de 2019), representando 35,1% do volume total das variações negativas. Os Produtos Petrolíferos de Sines e do Petróleo Bruto de Leixões são também responsáveis pelo comportamento negativo deste segmento, ao registar, respetivamente, diminuições de -1,06 milhões de toneladas (-20,6%) e de -907,6 mt (-33,5%), assim como a Carga Contentorizada de Lisboa, com -423,3 mt (-39,5%) e ainda os Outros Granéis Sólidos de Leixões, que registam quebras de -232,9 mt (-28,8%). Estes cinco mercados referidos representam 82,1% do total das variações negativas observadas nas operações de desembarque.
A registar influência positiva, está a Carga Contentorizada e o Petróleo Bruto de Sines, que apresentam acréscimos de +635,9 mt (+12,2%) e +356,1 mt (+7,5%), respetivamente, representando no conjunto cerca de 67,3% do total das variações positivas apuradas.
Os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, entre janeiro e agosto de 2020, são Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro, que apresentam um quociente entre carga embarcada e total movimentado com valores respetivos de 73%, 65,3%, 53,8% e 100%. A estes portos confere uma quota de 15,3% do total de carga embarcada no sistema portuário do Continente, sendo que 10,2 pp desta quota pertencem a Setúbal.