Os portos do Continente movimentaram em 2017 quase 96 milhões de toneladas de carga, atingindo o valor mais elevado de sempre. O ano de 2017 fica também marcado como o ano em que Leixões e Aveiro ultrapassaram os seus máximos anteriores e que Lisboa atingiu o valor mais elevado dos últimos seis anos. Sines mantém-se como líder no sistema portuário, com 52% do total.
O ano de 2017 regista o volume de carga mais elevado de sempre no sistema portuário do Continente, atingindo 95.9 milhões de toneladas, um valor superior em +2,2% ao de 2016. A par desta marca no sistema portuário continental, estão também os portos de Leixões e Aveiro que ultrapassaram os máximos anteriores, observados em 2015 em ambos os casos, com acréscimos de +3,8% e +10,7%, respetivamente.
Para este desempenho global o maior impulso é proporcionado pelo porto de Lisboa que, face a 2016, observa um crescimento de +19,2% (quase +2 milhões de toneladas), elevando para cerca de 12,2 milhões de toneladas o seu volume de carga movimentada. Este constitui o valor mais elevado dos últimos seis anos e representa um aumento de +1,8 pontos percentuais na sua quota, a qual sobe para 12,7%. Realça-se igualmente o impacto positivo induzido pelo comportamento do porto de Leixões que, com um acréscimo de movimento de cerca de +1,2 milhões de toneladas, passa a representar 20,3% da quota do mercado, e de Aveiro, que regista um significativo crescimento de +13,5%, elevando a sua quota para 5,4%.
Relativamente ao ano anterior, o porto de Sines registou em 2017 uma quebra de -2,5%. Sublinha-se, no entanto, que este comportamento reflete tão somente a incapacidade de Sines anular o efeito travão associado ao transbordo circunstancial de 3,4 milhões de toneladas de Petróleo Bruto que teve que efetuar (extraordinariamente) em 2016 para possibilitar o abastecimento da refinaria de Matosinhos, impossibilitada de descarregar esta matéria prima no terminal oceânico de Leixões, que esteve inoperacional durante cerca de seis meses para manutenção da sua monoboia em estaleiro. No entanto, importa sublinhar que o comportamento deste porto, que detém atualmente uma quota de movimentação de mercadorias de mais de metade de todo o sistema portuário do continente (52%), não reflete qualquer inflexão da sua trajetória de crescimento, pois o volume de carga movimentada em 2017 é superior em +4,4% ao valor de 2016 ‘corrigido’ do movimento extraordinário referido.
Nos restantes portos sublinha-se a recuperação de Viana do Castelo, com +5,1%, e os recuos da Figueira da Foz, com -0,2%, de Setúbal, com -5,6%, e de Faro, com -47%, do que o volume de carga movimentado no ano anterior.
O ano de 2017 marca também o mercado de contentores, que apresenta igualmente o valor mais elevado de sempre, registando um volume de cerca de 3 milhões de TEU, superior em +8,4% ao registado em 2016. Este crescimento é verificado sobretudo nos portos de Sines e Lisboa que apresentam um aumento respetivo de +10,3% e +26,6%, e com acréscimos de 150 e 100 mil TEU. Com o volume agora registado, Sines assinala a melhor marca de sempre, quase 1,7 milhões de TEU.
No final deste ano, o porto de Sines apresenta uma quota de 56,1%, mais um ponto percentual face ao ano anterior, Leixões vê a sua quota diminuída em -2,7 pontos percentuais para 21,3% e Lisboa sobe +2,4 pontos percentuais para 16,7%. Setúbal regista uma diminuição de -0,6 pontos para uma quota de 5,1%, e Figueira da Foz baixa para os 0,8%.
O movimento de Contentores observado nos portos comerciais do Continente é fortemente influenciado pelo tráfego de transhipment realizado no porto de Sines, que em 2017 representou 44,5% do volume global de TEU movimentado, e cerca de 79,4% do movimento efetuado no próprio porto. O volume de TEU movimentado nas operações de transhipment realizadas em Sines representa cerca de 94,7% do realizado neste tipo de operações em todo o sistema portuário do Continente.
Relativamente às escalas de navios de diversas tipologias, os portos em análise registaram em 2017 um total de 10 925 escalas, +1% face a 2016 e o mais elevado dos últimos 11 anos, sendo a correspondente arqueação de cerca de 207,2 milhões, um aumento de +3,4% comparativamente ao ano transato e que constitui o valor mais elevado de sempre. A nível dos portos tomados individualmente, constata-se que a melhor marca de sempre é registada em Aveiro e Setúbal, ultrapassando em +10,1% e +28,9% as anteriores, observadas em 2016.
A quota mais elevada do número de escalas cabe aos portos de Leixões e Lisboa, que representam, respetivamente, 24,6% e 23,4%, seguidos de Sines com 20,4% do total.
O comportamento do sistema portuário foi mais forte e positivamente influenciado pelo mercado dos Produtos Petrolíferos que associou à sua quota de 18,7% um crescimento de +12,2%, traduzidos num acréscimo de quase +2 milhões de toneladas.
Para o desempenho global positivo vem contribuir, com impacto semelhante, mas estrutura distinta, o comportamento dos mercados da Carga Contentorizada e dos Outros Granéis Sólidos, com quotas de 35,4% e 8,2%, e variações de +3% e +13,1%, respetivamente.
A carga embarcada nos portos em análise, incluindo a que tem origem no hinterland e no tráfego de transhipment, registou em 2017 um volume de cerca de 39,1 milhões de toneladas, -1,5% face ao valor de 2016. Não obstante este comportamento global negativo, a Carga Contentorizada, Ro-Ro e Outros Granéis Sólidos registaram os valores mais elevados de sempre.