Transportes

Sines reforça liderança na carga movimentada

Porto de Sines

O Porto de Sines volta a ultrapassar a fasquia dos 50% de quota de mercado no que diz respeito ao total de carga movimentada nos portos de Portugal nos primeiros nove meses de 2020. O acréscimo de +2,7 pp face ao período homólogo de 2019, embora esteja ainda a -3,9 pp do seu máximo registado em 2016, faz com que o porto de Sines atinja uma quota maioritária absoluta de 50,5%.

Os números da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) revelam que Leixões permanece no segundo lugar, com uma quota de 21,7%, seguido por Lisboa (10,9%), Setúbal (7,7%), Aveiro (6%) e Figueira da Foz (2,4%), sendo que Viana do Castelo, Faro e Portimão representam no seu conjunto 0,6%.

Nos primeiros nove meses deste ano, o segmento dos Contentores registou um volume superior a 2,05 milhões de TEU, uma redução de -1,4% do valor apurado no mesmo período de 2019 e a -10,4% do valor máximo registado em 2017.

Este comportamento resulta dos desempenhos positivos dos portos de Sines, Setúbal e Leixões, com variações respetivas de +89,9 mil TEU (+8,3%), de +17 mil TEU (+15,9%) e de +6,2 mil TEU (+1,2%) que, no entanto, não conseguiram anular as variações negativas de Lisboa e da Figueira da Foz, que atingiram respetivamente -136,7 (-38,7%) e -4,5 (-27,5%) mil TEU. Leixões e Setúbal registaram o volume de TEU mais elevado de sempre nos períodos de janeiro a setembro, com 528 535 e 123 538 TEU movimentados, respetivamente.

Sines reforça no hinterland
Sines fecha o período janeiro-setembro de 2020 com o volume de TEU mais elevado de sempre no tráfego com o hinterland, de 372,2 mil TEU, que, assim, assume a segunda posição no ranking, logo após Leixões com 487,3 mil TEU.

Ainda no mercado de Contentores, refere-se que o porto de Sines eleva a liderança a uma quota maioritária absoluta de 57,1%, seguindo-se Leixões, com 25,8%, Lisboa, com 10,5%, Setúbal, com 6%, e Figueira da Foz, com 0,6%.

Relativamente ao número de escalas de navios, nas diversas tipologias, o conjunto dos portos registou nos primeiros nove meses deste ano um total de 7033 escalas, um recuo de -12,2% (-979 escalas no total) face ao período homólogo de 2019, correspondente a uma arqueação bruta de cerca 126,2 milhões, menos -16,8% face a igual período do ano anterior.

Este comportamento global resulta de diminuições do número de escalas observadas na maioria dos portos, mas sendo fortemente condicionado pelo porto Lisboa que regista uma diminuição de -664 escalas. Douro e Leixões, Sines, Aveiro e Portimão registaram uma diminuição total de, respetivamente, -108, -100, -61 e -56 escalas. Apenas Figueira da Foz, Setúbal e Faro registam variações positivas no número de escalas ao registar um crescimento de +9, +10 e +8 escalas, respetivamente.

A quota mais elevada do número de escalas no período total dos nove meses é detida pelos portos de Douro e Leixões, com 26,3% do total, seguidos de Sines (com 21,2%), Lisboa (17,7%), Setúbal (16,7%), Aveiro (10,3%), Figueira da Foz (5 %) e Viana do Castelo (2,1%).

A variação global negativa do volume de carga movimentada no período janeiro-setembro de 2020 face ao mesmo período de 2019, resulta da conjugação de comportamentos negativos registados nas operações de embarque e nas operações de desembarque, incluindo transhipment, que observam quebras respetivas de –2,4% e de -11,1%.

O comportamento do fluxo de embarque, que inclui a carga de exportação, é caracterizado pelo comportamento positivo de 15 dos 55 mercados, movimentando um volume superior ao homólogo de 2019 em +3,01 milhões de toneladas, tendo os restantes 40 registado comportamento negativo, com um decréscimo total de -8,04 milhões de toneladas.

Este segmento é fortemente influenciado pelos mercados da Carga Contentorizada e dos Produtos Petrolíferos de Sines, que registam variações respetivas de +778,6 e +446,8 mil toneladas e representam cerca de 70% do total. As posições seguintes são ocupadas pela Carga Contentorizada de Leixões (+106,1 mt) e de Setúbal (+89,9mt), após acréscimos respetivos de +3,9% e de +12,4%.

A Carga Contentorizada de Lisboa e de Produtos Petrolíferos de Leixões são os principais mercados a assinalar variações negativas, ascendendo a, respetivamente, -1,01 milhões de toneladas e a -559,9 mt.

No segmento das operações de desembarque, do total dos 45 mercados, 19 registaram comportamento positivo com acréscimos de +1,76 milhões de toneladas e 26 tiveram comportamento negativo com um decréscimo de -2,37 milhões de toneladas.

A condicionar fortemente este segmento surge o Carvão em Sines, responsável pela diminuição de -2,22 milhões de toneladas (-93,6% do que no período janeiro-setembro de 2019), representando 35,1% do volume total das variações negativas. A responsabilidade pelo comportamento negativo deste segmento, alarga-se aos Produtos Petrolíferos de Sines e ao Petróleo Bruto de Leixões ao registarem, respetivamente, diminuições de -1,43 milhões de toneladas (-23,6%) e de -1,03 milhões de toneladas (-32,4%), assim como, embora com menor expressão, à Carga Contentorizada de Lisboa, com -466,1 mt (-38,3%).

A registar influência positiva, está o Petróleo Bruto e a Carga Contentorizada de Sines, que apresentam acréscimos de +802,7 mt (+15,8%) e +791,1 mt (+13,5%), respetivamente, representando no conjunto cerca de 75,4% do total das variações positivas apuradas.

Os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, entre janeiro e setembro de 2020, são Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro, que apresentam um quociente entre carga embarcada e total movimentado com valores respetivos de 71,7%, 65,8%, 54,6% e 100%. A estes portos confere-se uma quota de 15,2% do total de carga embarcada no sistema portuário do Continente, sendo que 10,8 pp desta quota pertencem a Setúbal.

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