As empresas já visionam o conceito ESG (Environmental, Social e Governance) como prioridade número 1. Com a importância cada vez mais crescente que este conceito assume, fidelizar o consumidor e melhorar a sua experiência cliente significa também promover a responsabilidade social, ambiental e de governança.
Dados da consultora PWC mostram que os ESG já impactam várias das escolhas dos consumidores. 83% dos consumidores considera que as empresas devem ativamente moldar as melhores práticas ESG.
Por exemplo, 76% dos inquiridos afirmou que vai descontinuar a sua relação com as empresas que tratam o ambiente, os colaboradores ou a comunidade em que operam de forma pouco ativa. Neste campo, os consumidores acreditam que devem ser criados novos incentivos fiscais ligados aos ESG para que as empresas façam progressos.
76% dos inquiridos vai descontinuar a sua relação com as empresas que tratam o ambiente, os colaboradores ou a comunidade em que operam de forma pouco ativa
O relatório “Global State of Costumer Experience”, promovido pela CX Network, confirma as mesmas conclusões. 80% dos consumidores revela que as suas decisões de compra são afetadas pela ética da empresa.
Tal é demonstrado, por exemplo, pelo Ethical Consumer Markets Report 2021. O relatório revela que, no Reino Unido, as compras de consumo éticas aumentaram quase 24% entre 2019 e 2020.
Ruth Andrade, responsável pela estratégia de sustentabilidade da Lush, nota, em entrevista replicada na SUSTENTÁVEL, que “quando lançamos um produto novo imediatamente recebemos várias perguntas: ‘de onde vem a tâmara deste produto porque eu não compro coisas de Israel? Qual é a energia usada para fazer este produto?’. Às vezes são perguntas muito técnicas e específicas e isso é bom porque não é possível ignorar e precisamos responder…”.
Já Gonçalo Nascimento, Country Coordinator da L’Oréal para Portugal, em conversa com a DISTRIBUIÇÃO HOJE, explica que “ os consumidores estão ainda mais conscientes da sustentabilidade – se já era uma preocupação emergente, é, atualmente, ainda mais real e presente no seu dia a dia – de referir que 45% afirma fazer escolhas mais sustentáveis e 1/3 dos portugueses deixará de comprar marcas e produtos sem valores sustentáveis. Nos dias de hoje, a marca constrói-se através da escuta ativa dos seus consumidores e da implementação das melhores inovações no mercado, quer em produto quer em serviço”.
“Nos dias de hoje, a marca constrói-se através da escuta ativa dos seus consumidores”
O responsável crê que “as marcas não sobreviverão se não contribuírem, verdadeiramente, para uma sociedade mais justa e que respeite os limites do planeta, por exemplo. Mais do que nunca, as marcas precisam de um compromisso forte e diferenciador que as ajude na construção da sua reputação, para conquistar o respeito e a admiração por parte de todos”.
O retalho e a produção têm feito avanços nesse caminho. Um exemplo recente disso é o da Estée Lauder, que lançou uma aplicação para ajudar pessoas com dificuldades visuais a confirmar, por exemplo, se a sua maquilhagem está bem espalhada pelo rosto.
No âmbito do lançamento da solução, o diretor de comunicação da marca, Michael Smith, afirmou: “Estamos comprometidos em construir soluções tecnológicas inovadoras que tornem a beleza verdadeiramente inclusiva para todos. Estamos entusiasmados em trazer a experiência de aplicar maquilhagem de forma independente para milhões de pessoas com deficiência visual”.
Outro exemplo é o do El Corte Inglés, que foi distinguido pelo seu trabalho desenvolvido em matéria de inclusão, com uma Menção de Excelência e obteve, pela 3ª edição consecutiva, o Selo Marca Entidade Empregadora Inclusiva.
Pode acompanhar vários exemplos do que está a ser feito no caminho para os ESG, quinzenalmente, na rubrica “Campanhas que marcam”, da DISTRIBUIÇÃO HOJE.