Descarbonização

Cientistas americanos desenvolvem sistema de captura de carbono alimentado por luz solar

Cientistas americanos desenvolvem sistema de captura de carbono alimentado por luz solar iStock

Investigadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos da América (EUA), desenvolveram um método de captura e libertação de dióxido de carbono (CO2) que utiliza a luz solar como única fonte de energia, oferecendo uma alternativa ‘limpa’ e económica aos sistemas convencionais.

Segundo os cientistas, sistemas estes que são, por norma, dispendiosos e energeticamente intensivos, levando a que, muitas vezes, seja preciso recorrer a combustíveis fósseis para funcionarem.

Inspirados na forma como as plantas armazenam carbono, os cientistas criaram um processo químico que permite separar o CO2 de fontes industriais através da ativação de uma molécula estável, tornando-a reativa com a ajuda da luz solar como intuito de “capturar” o carbono. O mesmo processo também permite libertar posteriormente o CO₂, para armazenamento ou reutilização.

De acordo com os investigadores, trata-se do primeiro sistema de separação de carbono totalmente alimentado por luz, tanto na fase de captura como na de libertação.

“Do ponto de vista da química, isto é completamente diferente de tudo o que está a ser feito atualmente na captura de carbono”, afirmou Phillip Milner, professor de química e biologia química na Universidade de Cornell e um dos autores do estudo, tendo o mecanismo sido idealizado por Bayu Ahmad, estudante de doutoramento na instituição e autor principal da investigação.

O sistema foi testado com amostras reais de gases de escape da central de co geração da universidade, que utiliza gás natural, e demonstrou ser eficaz mesmo perante contaminantes comuns em contextos industriais — um obstáculo que tem travado muitas das tecnologias em desenvolvimento.

A próxima meta passa por aplicar o sistema diretamente ao ar atmosférico, tornando possível, por exemplo, instalar painéis em zonas remotas para capturar CO₂ do ar e convertê-lo localmente em CO2 puro e comprimido, pronto para armazenamento ou transformação.

O laboratório está ainda a estudar a aplicação da tecnologia à separação de outros gases, uma área responsável por cerca de 15% do consumo energético global, sublinham, explicando que “há um enorme potencial para reduzir o consumo de energia ao substituir a eletricidade pela luz solar nestes processos”, concluiu Phillip Milner.

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever