A Noruega abriu as suas águas à prospeção em mar profundo, podendo tornar-se o primeiro país do mundo a avançar com a exploração mineira no fundo do oceano.
O Parlamento do país concordou em permitir a prospeção em cerca de 108 000 milhas quadradas do fundo marinho do Ártico, uma área maior do que o Reino Unido, entre a Noruega e a Gronelândia. No entanto, conseguiu evitar que a exploração se inicia agora, proposta inicial do Governo.
A exploração mineira do mar profundo é vista por alguns como necessária à transição verde e digital, devido à riqueza de metais existentes no fundo do mar. No entanto, os grupos ambientalistas são contra a exploração, uma vez que o impacto da mineração no ecossistema ainda está pouco estudado.
A Greenpeace declara ser “embaraçoso olhar para a Noruega posicionar-se a si mesma com líder do Oceano ao mesmo tempo que dá luz verde para a sua destruição nas águas do Ártico”.
Por sua vez, a WWF possui “um pequeno vislumbre de esperança”, uma vez que as licenças de extração ainda precisam de ser alvo de aprovação parlamentar.
A nível global, estão a decorrer negociações no seio da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos para regular a mineração. As negociações deverão ser finalizadas até o final deste ano, com votos esperados para o próximo ano. Em Portugal, o Parlamento aprovou uma moratória que impede a mineração até 2050.
Mais recentemente, a Noruega voltou a estar ‘sob fogo’, devido à permissão para os resíduos da atividade mineira poderem ser descarregados nos fiordes noruegueses.
Após uma disputa de 15 anos em tribunal, a empresa privada Nordic Mining recebeu luz verde para eliminar 170 milhões de toneladas de resíduos mineiros no fundo do fiorde de Førde, o que, segundo os críticos, ameaçará a vida marinha e colocará a biodiversidade em risco.