Uma bactéria naturalmente presente no solo conseguiu limpar o solo poluído a gasóleo presente em postos militares agora extintos na Gronelândia, revela a Universidade de Copenhaga, em comunicado, após uma investigação de cinco anos em Mestersvig, na Gronelândia Oriental.
Os investigadores do Departamento de Plantas e Ciências Ambientais da Universidade de Copenhaga e do Geological Survey of Denmark and Greenland (GEUS) revelam que a bactéria conseguiu limpar até 82% das 5 mil toneladas de solo contaminado, em cinco anos.
“As bactérias provaram ser extremamente eficazes na decomposição da grande maioria dos compostos do gasóleo. Como tal, este método natural pode ser aplicado em outros lugares do Ártico, onde de outra forma seria, a nível de recursos, incrivelmente intensivo a remoção da contaminação dos solos, através de aeronaves ou navios”, explica o professor da Universidade de Copenhaga, Jan H. Christensen.
O método, conhecido como landfarming, é mais frequentemente associado a climas mais quentes em todo o mundo. Antes deste projeto, o landfarming nunca tinha sido testado em larga escala em condições árticas. A Universidade de Copenhaga afirma ainda que o método “nunca foi tão estudado e documentado como nesta experiência”.
O landfarming funciona através da distribuição do solo contaminado numa camada fina, que é depois lavrada, fertilizada e oxigenada todos os anos para otimizar as condições para as bactérias degradarem os compostos poluentes.
O estudo demonstrou ainda que as bactérias podem facilmente degradar os contaminantes no solo, apesar das temperaturas frígidas. No futuro, os investigadores esperam que estas bactérias possam ser usadas para remediar a contaminação existente em cerca de 30 outras instalações desertas na Gronelândia.