120 empresas da fileira do calçado, responsáveis por mais de mil milhões de euros de exportações e dez mil postos de trabalho, subscreveram um pacto de sustentabilidade promovido pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) e pelo Centro Tecnológico do Calçado.
O Portuguese Shoes Green Pact quer “trabalhar e contribuir para as metas definidas pelas Nações Unidas e Europa de um planeta com saldo nulo de emissões de carbono em 2050 e uma redução para metade em 2030”.
O presidente executivo da APICCAPS, Manuel Carlos, nota que “o setor do calçado tem o segundo maior saldo comercial da economia portuguesa e Portugal apresenta, entre os principais ‘players’ mundiais, o segundo maior preço médio de exportação. Este é o ponto de partida para a construção de um futuro sustentável”.
O objetivo, segundo o responsável, é garantir “o futuro de uma base produtiva nacional sustentável e altamente competitiva”. Nesse sentido, Manuel Carlos recorda que o setor apresentou dois projetos de investimento ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), já aprovados, no valor de 140 milhões de euros, a executar até final de 2026 por dois consórcios, envolvendo empresas e entidades do sistema científico e tecnológico português.
“Este desenvolvimento de novos materiais será acompanhado por um forte investimento em tecnologia de ponta e na capacitação das empresas para esta mudança “, salientou, considerando que assim se está “a preparar a indústria para uma nova década de crescimento”.
Para o secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, o Portuguese Shoes Green Pact é “um momento histórico para o setor do calçado e para a indústria portuguesa” e “um exemplo para todos os setores de atividade”.