A proposta de taxonomia verde da União Europeia conta com um novo capítulo. Quatro países europeus (Áustria, Dinamarca, Espanha e Luxemburgo) enviaram uma carta à Comissão Europeia, a questionar a proposta, que considera o gás e a eletricidade de origem nuclear ao mesmo nível que as fontes renováveis, noticia o jornal Expresso.
“A proposta da Comissão coloca em risco a transição energética na União Europeia globalmente e em perigo a taxonomia ao classificar a energia nuclear como sustentável, garantindo-lhe de facto o mesmo tratamento que tecnologias inquestionavelmente verdes como a solar e a eólica”, sustentaram os subscritores.
Os países sustentaram que “o rascunho manda um sinal equivocado aos mercados financeiros e arrisca-se a ser rejeitado pelos investidores”. Aliado a isso, consideram que, dado o longo ciclo de vida das instalações gasíferas ou nucleares, incluí-las na taxonomia verde “arrisca provocar um bloqueio tecnológico durante muitas décadas e desvia os investimentos das energias renováveis”.
Assinalaram ainda que considerar como sustentáveis as centrais elétricas que recorrem ao gás que emitam menos de 270 gramas-equivalente de dióxido de carbono por kilowatt hora está acima das recomendações de organismos como a Agência Internacional de Energia (AIE) ou do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC, na sila em Inglês).