Descarbonização

275 biliões de dólares seriam necessários para tornar “verde” a economia até 2050

O novo relatório da consultora McKinsey nota que os gastos de capital em ativos físicos totalizariam cerca de 275 biliões de dólares.

O novo relatório da consultora McKinsey, que avalia a transformação económica necessária para atingir a descarbonização em 2050, nota que os gastos de capital em ativos físicos totalizariam cerca de 275 biliões de dólares até 2050 – aproximadamente 9,2 biliões de dólares por ano – ou um aumento de 3,5 biliões nos gastos anuais que são hoje feitos.

O relatório, “Transição Net Zero: quanto custaria, o que poderia trazer”, nota que, se, atualmente, 65% dos gastos com energia e terra vão para produtos associados a um elevado nível de emissões, no futuro, seria 70% direcionado para produtos com baixas emissões.

“A transição para alcançar zero emissões líquidas equivalerá a uma enorme transformação económica. As iniciativas encetadas por empresas, de forma individual, e por governos, juntamente com o apoio coordenado a setores, países e comunidades mais vulneráveis, podem facilitar os ajustes económicos e sociais que serão necessários”, explicou, em comunicado, o sócio de McKinsey & leader of sustanabiility practice in Iberia, Bruno Esgalhado.

Outras conclusões:

  • Cerca de 200 milhões de empregos diretos e indiretos seriam gerados e 185 milhões seriam perdidos até 2050;
  • Os gastos, que hoje rondam os 6,8% do PIB, aumentariam para 8,8% entre 2026 e 2030, antes de diminuírem;
  • Os custos de produção de eletricidade aumentariam de imediato, mas cairiam depois de atingirem o pico.
  • Os setores mais expostos à transição correspondem atualmente a cerca de 20% do PIB mundial. Outros 10% do PIB estão em setores cujas cadeias de fornecimento têm emissões elevadas, como, por exemplo, a construção.
  • “Famílias com rendimentos mais baixos por todo o mundo poderão ser mais afetadas pelo aumento do custo da eletricidade a curto prazo e pelos custos relacionados com o capital que possam vir a necessitar para aquisição de produtos com emissões mais reduzidas, como novos aquecedores ou carros elétricos”, considera a McKinsey.

“Uma transição mais ordenada não evitaria apenas os piores impactos de um clima em mudança, mas poderia trazer enormes benefícios. Os custos de energia poderiam diminuir a longo prazo, assim como outros gastos. E a uniformização de intenções e ações que exigirá é um bom augúrio para resolver outros problemas globais. Ao mesmo tempo, os riscos a curto prazo de uma transição mal pensada não podem ser ignorados”, alerta Bruno Esgallhado.

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