iStock No primeiro trimestre de 2025, Portugal registou um aumento de 4% na recolha seletiva de resíduos de embalagens comparativamente ao período homólogo, totalizando mais de 116 mil toneladas. Os dados, divulgados pelo Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), abrangem materiais como vidro, plástico, papel e cartão, embalagens para alimentos líquidos, aço, alumínio e madeira.
Apesar da evolução global positiva, a reciclagem de vidro continua a ser um ponto crítico. Entre janeiro e março, foram recolhidas 48.665 toneladas de embalagens de vidro, representando um crescimento de apenas 0,2% face ao mesmo período de 2024. Este valor está aquém do necessário para cumprir a meta de reciclagem de 70% para este material até ao final do ano, sublinha o comunicado de imprensa enviado às redações.
No ano passado, cerca de 50% das embalagens de vidro colocadas no mercado foram encaminhadas para reciclagem. Segundo o SIGRE, será necessário um esforço coordenado de toda a cadeia — desde produtores e empresas até consumidores e entidades gestoras — para melhorar a separação e recolha do vidro em território nacional.
Para Pedro Simões, Diretor Geral da Novo Verde, “se os produtos chegam ao mercado e o vidro não é devidamente contabilizado na recolha seletiva, este está a ser desperdiçado – e com ele, a oportunidade de alimentar a economia circular”.
E continua: “é urgente inverter esta situação e garantir que o vidro seja canalizado para a recolha seletiva, transformando-o em matéria-prima valiosa. Os números atuais de recolha de vidro estão muito aquém das metas estabelecidas e, se não agirmos agora, corremos o risco de comprometer os objetivos para 2030. É imperativo que todos – indústria, consumidores e entidades públicas e privadas – intensifiquem os esforços na prevenção, sensibilização e educação ambiental”.
Neste seguimento, a Novo Verde, entidade gestora de resíduos de embalagens, e a Lipor lançaram o projeto Vidro +, atualmente em fase de prova de conceito na região Norte do país. Desenvolvido com base na metodologia do Instituto Kaizen, o projeto aposta na otimização dos sistemas de recolha porta-a-porta e dos ecopontos, procurando não só aumentar a quantidade de vidro recolhido, mas também melhorar a sua qualidade.
