Descarbonização

Universidade de Évora desenvolve projeto de jardins sustentáveis

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A Universidade de Évora (UÉ) criou um projeto para o uso de plantas nativas nos espaços verdes de localidades do Alentejo Central. O Sargaço (Cistus monspeliensis) e o Rosmaninho (Lavandula pedunculata) são algumas das espécies autóctones utilizadas pela equipa de investigadores.

O projeto iniciou-se em Évora e as ações envolvem os municípios de Montemor-o-Novo, Estremoz, Mourão e Redondo. O foco é requalificar espaços verdes, atualmente dominados por espécies exóticas, e promover ações de sensibilização junto dos cidadãos e dos técnicos.

Para Teresa Batista (Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, e docente da UÉ), este projeto “tem um enorme potencial de replicação não só nos 14 municípios do Alentejo Central, mas em todo o continente”. A docente da UÉ denota que esta iniciativa responde ao delineado no Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas no Alentejo Central (PIAAC-AC) elaborado em 2018, que aponta medidas para a racionalização do uso dos recursos hídricos e a manutenção da biodiversidade.

Numa vertente mais ligada à área da biologia, a investigadora do MED da UÉ, Catarina Meireles acresce que “os problemas ambientais decorrentes da utilização de espécies vegetais exóticas tanto em meios urbanos, como em meios rurais, são vários. A maioria das espécies utilizadas é muito exigente em água e o seu cultivo implica a utilização de grandes quantidades de fertilizantes, herbicidas e inseticidas”. A investigadora também refere que “o elevado consumo de água associado à manutenção destas espécies, tem um grande impacto, sobretudo na região mediterrânica, onde a escassez de água é um problema cada vez mais grave”.

A iniciativa é liderada por Carla Pinto Cruz, professora do departamento de Biologia e investigadora no MED da UÉ. O projeto foi desenvolvido em colaboração com a Comunidade intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) e conta com a cooperação da empresa Sigmetum, produtora de espécies nativas, e dos vários municípios envolvidos.

O projeto chama-se “Plantas Nativas na Cidade – Repensar os espaços verdes urbanos” e tem um financiamento no valor de 37 903,02 euros, que provêm do Fundo Ambiental. A iniciativa está inserida no Programa de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, do Ministério do Ambiente.

 

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