O Sindicato dos Estivadores convocou uma greve de dez dias, com início a 14 de novembro, que irá abranger os portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz. Em causa, segundo a entidade, está o fim do contrato de trabalho. Numa nota enviada esta terça-feira (10 de novembro) às redações, a AOP – Associação Marítima Portuária e a AOPL – Associação de Operadores do porto de Lisboa defendem que se trata de “mais um ataque irracional à atividade económica desenvolvida no Porto de Lisboa” e que esta greve é “fortemente perturbadora das operações portuárias”, devendo “colocar em risco a sustentabilidade das empresas e do emprego.”
Num comunicado conjunto, as organizações referem que “com as greves marcadas para o período de 14 de novembro a 4 de dezembro, esta direção sindical prossegue uma linha de ação sem finalidade objetiva e viável, tentando exigir às empresas do sector que não cumpram a Lei do Trabalho Portuário em vigor desde 2013.”
O Sindicato dos Estivadores foi responsável por uma greve de seis meses em 2012 e por uma paralisação de três meses em 2013, iniciativas que de acordo com a AOP e a AOPL “provocaram quedas superiores a 40% no tráfego de cargas marítimas em Lisboa e nefastas repercussões que ainda perduram na atividade do porto.”
“Por causa destas paralisações, os operadores portuários de Lisboa perderam clientes e faturação de elevados montantes e, mais grave ainda, viram fugir da capital portuguesa várias empresas internacionais de transporte marítimo, indisponíveis para terem os seus interesses operacionais afetados pela ação sindical. Acresce à irracionalidade da decisão sindical a ilegitimidade e carácter abusivo da greve agora convocada, por mais uma vez constituir uma forma enviesada de chantagear economicamente as empresas operadoras, punindo-as com uma paralisação se e quando aplicarem a lei da República Portuguesa no âmbito das suas atividades empresariais”, referem.
As organizações prosseguem defendendo que “é convicção das Associações dos Operadores Portuários que esta greve constituirá mais um rude golpe na recuperação da atividade portuária em Lisboa danificando seriamente a credibilidade operacional das empresas que aí operam, quebrando compromissos e expectativas e afastando mais uma vez o tráfego marítimo.”
Mais, “as Associações de Operadores Portuários entendem que a gravidade da situação criada pela direção do Sindicato dos Estivadores merece uma chamada de atenção pública e uma intervenção legal que reponha a plena aplicabilidade da Lei do Trabalho Portuário no Porto de Lisboa e responsabilizam publicamente esta direção sindical pelo que possa vir a ocorrer num futuro bem próximo”.