O balanço que a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) faz à legislatura do XXI Governo, nomeadamente, do Ministério do Mar, é positivo.
Em comunicado, a associação refere que “a carga contentorizada continua a aumentar e se não foram criadas novas infraestruturas, é porque havia condições de crescimento exponencial pouco exploradas”.
Contudo, avisa que “é verdade que o crescimento do volume de carga não poderá continuar a crescer indefinidamente sem investimentos”, congratulando-se com os investimentos anunciados para a generalidade dos portos portugueses, acreditando que “teremos uma fachada atlântica mais eficiente, mais eficaz e mais competente para competir com outros portos europeus”.
“Desta forma, será igualmente possível dinamizar ainda mais a economia, os transportes, a logística e os serviços”, refere.
Mas se o balanço é positivo, a APAT deixa o “recado”: “não podemos desistir de continuar a trabalhar em prol da nossa economia e do nosso país, até porque ainda estamos muito longe de alcançar o anunciado até 2026: aumentar 200% o movimento de contentores, diminuir em 20% o tráfego rodoviário de e para os portos, aumentar o tráfego fluvial de mercadorias, já para não falar dos propalados 12 mil postos de trabalho até 2030”, lê-se na nota.
Note-se que o movimento de carga nos portos do continente foi de cerca de 37,6 milhões de toneladas, entre janeiro e maio de 2019, menos 2,2% do que no período homólogo de 2018 de acordo com a AMT.
A previsão da implementação da Janela Única Logística (JUL) em todos os portos até ao fim do ano e a regulamentação do porto seco através de legislação própria, poderão igualmente dinamizar a chamada “Logística de serviços”.
No entanto, a economia do mar, focada no aspeto do transporte de mercadorias (exportações e importações), “não deverá continuar a crescer enquanto não se concretizarem investimentos nos equipamentos, nas infraestruturas, nas acessibilidades e na convergência dos interesses de todos players que intervêm no negócio”, diz a APAT, referindo que esta sustentabilidade tem de ser conseguida em três aspetos: “financeiro, social e ambiental”.
“Trabalhar hoje para termos futuro, não se compadece com anos e calendários eleitorais, mas sim com políticas de convergência e pactos de regime que permitam uma unanimidade política sobre a importância das decisões estratégicas”, salienta a APAT.
E conclui: “o nosso futuro dependerá muito daquilo que fizermos hoje, ou seja a melhor forma de fazer futuro é criá-lo. As mais recentes notícias dão conta de algum mau estar social e ambiental em alguns portos e por isso mesmo, uma vez mais, a APAT coloca-se à disposição de todas as entidades para colaborar, ajudar, mediar, intervindo, criando espaços de debate para todos os assuntos transversalmente, de forma transparente”.