Nos primeiros sete meses do ano, os portos do continente movimentaram um total de 46,3 milhões de toneladas, um recuo de -11,4% face a igual período de 2019, o correspondente a -5,95 milhões toneladas, revelam os dados mais récentes da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
O volume de carga movimentada no mês de julho de 2020 confirma a manutenção do abrandamento do ciclo negativo registado nos últimos meses, reduzindo 17,3 pontos percentuais (p,.p.) à variação negativa de junho, para um decréscimo de -8,6% face a julho de 2019.
Estes números são explicados pelo comportamento negativo da maioria dos portos, com destaque para Sines, que diminui 2,4 milhões de toneladas, bem como para Lisboa, que recua 1,6 milhões de toneladas e para Leixões, cujo movimento reflete um decréscimo de 1,4 milhões de toneladas. Exceção para os portos da Figueira da Foz e de Faro, cujo movimento excede em +52,3 mil toneladas (mt), no seu conjunto, o valor homólogo de 2019, com variações percentuais respetivas de +2,6% e de +37%.
O Carvão detém a maior quota de responsabilidade na variação negativa global, ao nível dos mercados de carga, ao registar um volume inferior ao homólogo de 2019 em cerca de -1,88 milhões de toneladas (-85,7%), após ausência de registo de qualquer importação nos últimos três meses, na sequência da suspensão quase total da atividade das centrais termoelétricas de Sines e do Pego no período em análise.
De referir que as decisões de suspender a atividade destas centrais não resultam da crise pandémica que se atravessa, mas sim da sustentabilidade comprometida das unidades, fortemente penalizadas economicamente pela elevada emissão de CO2 que originam.
Também os mercados do Petróleo Bruto e dos Produtos Petrolíferos destacam-se, ao registarem uma significativa diminuição do volume, que ascende a -827,8 mil toneladas (-11,9%) e a -1,66 milhões de toneladas (-15,5%), respetivamente. “Estas quebras resultam inequivocamente da crise pandémica, uma vez que esta levou a uma forte retração do consumo de combustíveis, a nível nacional e internacional, e, consequentemente, a uma interrupção e redução da sua produção por falta de capacidade de armazenamento, com significativos efeitos nefastos no desempenho dos portos de Leixões e de Sines”, refere a AMT em comunicado.
De sublinhar o facto de Leixões não ter registado qualquer movimento de Petróleo Bruto no mês de julho, mês em que retomou (na segunda quinzena) a sua atividade normal, após interrupção em abril. Sines regista um acréscimo de movimento de movimento de petróleo bruto em julho, comparativamente ao seu homólogo de 2019, de +23%, após registo negativo nos dois meses anteriores.