Alexis Pinheiro, Manager de Workplace Solutions, SHE e Car Fleet da Nestlé Portugal, aceitou o desafio da Revista Sustentável para falar sobre a transição de frota de veículos comerciais e não comerciais a efetuar pela marca.
Numa entrevista em que se abordam diversas questões, o responsável pela frota da Nestlé Portugal diz considerar a rede de carregamento portuguesa entre as melhores da Europa, lembrando que a eletrificação é uma das formas diretas em que o setor empresarial pode contribuir para baixar a sua pegada ambiental.
Confira as respostas em baixo.
Com um desígnio comum no que é a descarbonização da atividade humana, o setor dos transportes tem vindo a traçar uma rota rumo à neutralidade carbónica, apostando na eletrificação. Que passos estão a dar neste sentido?
Até 2025, vamos substituir todos os veículos da nossa frota, comerciais e não comerciais, por veículos elétricos, garantindo uma frota totalmente limpa e sustentável. Além disso, em todos os nossos locais da Nestlé PT, serão instaladas 74 tomadas de carregamento elétrico de 22kWh, facilitando o abastecimento dos veículos. Também iremos disponibilizar carregadores Wallbox nas casas dos nossos colaboradores que possam acomodá-los, com todos os custos a serem cobertos pela Nestlé. Os custos de carregamento dentro das instalações da Nestlé serão totalmente suportados pela empresa. Por fim, estabelecemos uma parceria com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) para oferecer apoio técnico e formação aos nossos colaboradores.
Alguns dos obstáculos enfrentados nesta descarbonização da atividade empresarial prende-se, no fundo, com os elevados custos associados à reconversão das frotas. Como têm olhado para este âmbito, particularizando no que são as vossas frotas ‘comerciais’?
A Nestlé está determinada em fazer um investimento significativo na transição energética, incluindo no projeto Green Fleet. Para além de investir em carros elétricos, a Nestlé está a empenhar-se num forte investimento na instalação de pontos de carregamento nos locais de trabalho e nas residências dos colaboradores. Adicionalmente aos investimentos mencionados nos pontos anteriormente, a Nestlé está a fazer um esforço considerável para reduzir os custos de carregamento na rede pública, dado que os custos de OPC são muito elevados.
Outro dos eixos que mais se ‘reclama’ é a dificuldade de ter infraestrutura adequada a este tipo de transição (migração para frotas elétricas). Ainda falta rede para ser exequível esta transição?
A rede de carregamentos em Portugal é uma das melhores da União Europeia, o que significa que devemos aproveitar esta vantagem. Além disso, Portugal é o único país da UE com uma rede de carregamentos completamente integrada e gerida pela MOBI-E, isso permite que qualquer pessoa utilize qualquer posto de carregamento com qualquer cartão CEME, aumentando significativamente as opções de carregamento disponíveis. Para lidar com os desafios de crescimento da infraestrutura pública, a Nestlé Portugal está a instalar 74 tomadas de 22kW nos locais de trabalho e nas caixas de carregamento domésticas dos funcionários.
Atualmente, a frota da Nestlé Portugal é composta por cerca de 500 veículos que serão 100% elétricos até 2025. Com os veículos entregues até final de 2023 teremos atingido já os 75% do nosso objetivo final
Podem detalhar a composição da vossa frota e quais as metas que têm estabelecido para esta transição eletrificada?
Atualmente, a frota da Nestlé Portugal é composta por cerca de 500 veículos que serão 100% elétricos até 2025. Com os veículos entregues até final de 2023 teremos atingido já os 75% do nosso objetivo final. Em relação aos veículos comerciais, temos aproximadamente 100 no total, dos quais 5% já são 100% elétricos ao dia de hoje. Estamos empenhados em promover a sustentabilidade e reduzir nossa pegada de carbono por meio da eletrificação de nossa frota.
[Quando aplicável] Em termos da vossa frota mais pesada, têm também planos para fazer esta migração para frotas eletrificadas? Quais os principais entraves que encontram?
Estamos a avaliar a possibilidade de mudar toda a frota de veículos de mercadorias, incluindo as carrinhas de auto-venda. Estamos, inclusivamente, já a fazer testes com 5 carrinhas Mercedes em rotas urbanas. Mediante os resultados destes testes e a disponibilidade de opções no mercado automóvel, iremos tomar a decisão relativa ao faseamento desta transição, sendo certo que a mudança é inevitável e está apenas pendente sabermos quando a faremos. Em relação a transportes mais pesados a Nestlé está a optar, sempre que possível, por transportes combinados, entre marítimo e ferrovia.