De acordo com o Índice de Conectividade Global (GCI, pela sua sigla em inglês) da DHL – uma análise detalhada acerca da globalização, medida através dos fluxos internacionais de comércio, capital, informação e pessoas, Portugal desce 4 posições no ranking global, ocupando, agora, o 35º lugar.
Esta 35.ª posição, referente a 2017, compara com o 31.º lugar que Portugal ocupava em 2015, mantendo o país, contudo, o “score” de 66 pontos (em 100 possíveis).
No que concerne a profundidade (intensidade dos fluxos internacionais), Portugal também cai, passando do 28.º para o 29.º lugar, enquanto na análise com base na amplitude (distribuição geográfica dos fluxos) das conexões internacionais de cada país, Portugal ganha um lugar, subindo do 46.º para o 45.º lugar.
A maior subida registada por Portugal está na avaliação referente ao pilar do comércio, onde sobe 16 posições, passando do 68.º para o 52.º lugar, para baixar 8 lugares no pilar do capital (passa de 14.º para 22.º).
Se no pilar das pessoas Portugal volta a registar uma quebra (2 posições, desce de 30.º para 32.º), no pilar da informação ganhar terreno e sobe do 25.º posto para o 22.º lugar.
Entre os países com que Portugal mais se conecta a nível global, destaque para a Espanha (20%), seguindo-se França (13%), Alemanha (9%), Brasil (7%), Reino Unido (6%), Holanda (6%), Luxemburgo (5%), EUA (4%), Angola (3%) e, finalmente, Itália (3%).
Este novo relatório da DHL traduz a primeira avaliação da evolução da globalização em 169 países e territórios desde o referendo Brexit, no Reino Unido, e as eleições presidenciais de 2016, nos Estados Unidos.
Apesar das crescentes tensões antiglobalização observáveis em diversos países, a conectividade atingiu um recorde em 2017, à medida que os fluxos de comércio, capital, informação e pessoas através das fronteiras nacionais se intensificaram significativamente, pela primeira vez, desde 2007. O forte crescimento económico impulsionou fluxos internacionais, enquanto as importantes mudanças políticas, como os aumentos tarifários nos EUA, não estavam ainda implementadas.
O índice de 2018 mede o estado atual da globalização, bem como as classificações individuais de cada país, com base na profundidade (intensidade dos fluxos internacionais) e na amplitude (distribuição geográfica dos fluxos) das conexões internacionais de cada país. Os cinco países mais conectados do mundo em 2017 foram a Holanda, Singapura, Suíça, Bélgica e Emirados Árabes Unidos. Oito dos 10 países mais conectados são europeus, o que ajuda a tornar a Europa na região mais conectada do mundo, em particular no que diz respeito ao comércio e fluxo de pessoas. A América do Norte, líder em fluxos de capital e informação, ficou em segundo lugar no ranking mundial, seguida pelo Médio Oriente e o Norte da África, em terceiro lugar.
“Mesmo que o mundo continue num processo de globalização, existe ainda um tremendo potencial por explorar”, aponta John Pearson, CEO da DHL Express. O responsável da companhia salienta ainda que “atualmente, a maioria dos movimentos e intercâmbios são domésticos, e não internacionais, mas temos noção de que a globalização é um fator decisivo para o crescimento e a prosperidade”. E conclui: “O aumento da cooperação internacional continua a contribuir para a estabilidade, de modo que as empresas e os países que adotam a globalização têm enormes benefícios”.
Já Steven A. Altman, Investigador da NYU Stern School of Business e Diretor Executivo do NYU Stern’s Center for the Globalization of Education and Management, admite que, “surpreendentemente, apesar das recentes conquistas da globalização, o mundo está ainda menos conectado do que a maioria das pessoas pensa”. Segundo o coautor do GCI, “isto é importante porque quando as pessoas sobrestimam os fluxos internacionais têm tendência a preocupar-se mais com os mesmos. Os dados no nosso relatório podem ajudar a mitigar estes receios e a concentrar a atenção em soluções reais para as preocupações sociais acerca da globalização”.
A um nível global, o GCI revela, por exemplo, que apenas cerca de 20% da produção económica em todo o mundo é exportada, que aproximadamente 7% dos minutos de chamadas telefónicas (incluindo chamadas através da Internet) são internacionais e que apenas 3% das pessoas vivem fora do seu país de origem. O relatório também desmistifica a crença de que a distância está a tornar-se cada vez mais irrelevante. A maioria dos países está muito mais conectada com os seus vizinhos do que com as nações mais distantes
Economias emergentes estão menos conectadas que economias mais avançadas
O GCI continua a revelar as disparidades entre os níveis de globalização observáveis em economias mais avançadas e economias emergentes. As economias emergentes negociam de forma praticamente tão intensa como as economias avançadas, mas as segundas estão mais de três vezes mais ligadas aos fluxos internacionais de capital, cinco vezes mais ligadas no que se refere ao fluxo de pessoas e quase nove vezes mais em relação aos fluxos de informação. Além disso, enquanto os líderes dos grandes mercados emergentes se tornaram principais defensores da globalização no cenário mundial, o progresso das economias emergentes em termos de conectividade ficou estanque.
Nações do Sudeste Asiático superam expectativas
Os cinco países cujos fluxos internacionais superam as expectativas são o Camboja, a Malásia, Moçambique, Singapura e o Vietnam. Quatro destes cinco países estão localizados no sudeste da Ásia. Os países do Sudeste Asiático beneficiam de vínculos com amplas redes de fornecimento asiáticas, bem como iniciativas políticas da ASEAN, que promovem a integração económica. Esta é uma novidade positiva para a região, já que uma conexão global mais profunda poderá facilitar a aceleração do crescimento económico dos países asiáticos.