O Boletim Eletricidade Renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) revelou que, nos primeiros nove meses do ano, as energias renováveis contribuíram em mais de 82% para a geração do total de 34.463 GWh de eletricidade em Portugal Continental.
De acordo com o comunicado de imprensa, a incorporação de energia renovável na produção de eletricidade regista um aumento de 15,2 pontos percentuais face ao período homólogo e contribuiu para uma queda na produção de eletricidade fóssil, em mais de 16% relativamente aos valores registados em 2023.
A comunicação dá conta de que a descida é justificada, principalmente, por uma queda na produção de eletricidade proveniente de gás natural e pelo crescimento da tecnologia hídrica, que representa 34,5% da eletricidade consumida em Portugal.
O Boletim indica ainda que, entre os dias 1 e 30 de setembro deste ano, a incorporação renovável foi de 75,3%, perfazendo 2.274 GWh dos 3.020 GWh produzidos no mês em análise. Face a setembro de 2023, a quantidade de eletricidade gerada é semelhante, devendo-se, principalmente, a uma redução na produção fóssil através de gás natural de 30% para 9,3% e a um aumento da produção eólica de 24,2% para 35%.
De acordo com a nota de imprensa, a tecnologia eólica foi a principal fonte de produção energética durante o mês de setembro, representando 35% da eletricidade produzida em Portugal. Já a hídrica registou o maior número de horas de fecho de mercado, com 2.537 horas não consecutivas.
“Nos primeiros nove meses do ano, mais de 80% da energia produzida em Portugal teve origem renovável. Olhando só para o mês de setembro, é possível afirmar que, face ao mesmo período de 2023, existiu um aumento de mais de 25% (26,3%) da produção renovável. Também ao nível da produção de eletricidade via fóssil registámos uma diminuição significativa, em mais de 20%.
Dados que representam um claro progresso no caminho que temos percorrido na transição energética em Portugal”, destacou Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN.
A comunicação realça ainda que, de 1 de janeiro a 30 de setembro, Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na Europa, com 82,2%. Ficando apenas atrás de países como a Noruega, a Áustria e a Dinamarca (98,9%, 86,3% e 84,3% respetivamente).
Relativamente ao preço médio horário, nos primeiros nove meses do ano, o preço médio horário registado no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) em Portugal foi de 52,8 €/MWh, o que representa uma redução de 43% face ao período homólogo do ano passado.
Durante este período, foram registadas 1.640 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental, com um preço horário médio no MIBEL de 33,9 €/MWh.