Mobilidade

Estudo diz que regras mais flexíveis para trotinetes podem beneficiar utilizadores

Estudo diz que regras mais flexíveis para trotinetes podem beneficiar utilizadores Direitos Reservados

Um estudo da Deloitte, apoiado pela Bolt, revelou que a implementação de regras mais flexíveis para as trotinetes partilhadas elétricas pode beneficiar os utilizadores.

“Na Europa, há uma perceção de que as regulações mais rigorosas são mais eficazes na monitorização e gestão dos serviços de micromobilidade. No entanto, este estudo vem refutar tudo isso. Os modelos de regulação leves e moderados podem oferecer o grau de controlo necessário”, afirmou Stijn Vandeweyer, da Deloitte belga.

Para concretizar a análise, a consultora agrupou os modelos de regulação em três categorias: a leve, que consiste em mercados abertos e com regulações padrão; a moderada, que se materializa em regimes de autorização; e a mais rigorosa, baseada em concursos públicos.

Segundo a análise, intitulada “Unlocking Shared Scooter Potential A comparative analysis of regulatory models”, regulações leves e moderadas resultam numa maior concorrência entre operadoras, o que por sua vez se traduz em preços mais acessíveis e maior utilização.

Entre as cidades abrangidas pelo estudo, Dusseldorf, na Alemanha, e Lisboa – ambas com modelos de regulação flexíveis – são apontadas como exemplos destas boas práticas, uma vez que têm zonas de estacionamento obrigatórias estratégicas, funcionalidades de segurança e licenças de utilização especiais, aplicadas dentro de estruturas que se adaptam ao crescimento do serviço, salienta o estudo.

Por outro lado, em cidades com regulamentação mais rigorosa, os utilizadores pagam aproximadamente 19% mais por viagem, além de se fazerem menos trajetos por residente.

Segundo a investigação, os serviços partilhados de trotinetes eletrónicas foram lançados em meados da década de 2010 e, desde então, as cidades têm vindo a implementar vários modelos regulamentares para permitir que estes serviços sejam benéficos para os cidadãos. “No entanto, até à data, não foi efetuada qualquer investigação empírica para avaliar a eficácia e os impactos de cada modelo regulamentar. Para colmatar esta lacuna de conhecimentos, o presente estudo apresenta um panorama dos modelos regulamentares existentes que foram implementados na Europa e avalia os seus respetivos impactos nas cidades e nos seus residentes”, frisam os autores do estudo.

Com base nestes impactos, o relatório apresenta ainda recomendações para os decisores políticos locais sobre a melhor forma de regulamentar os serviços partilhados de trotinetes elétricas nas suas cidades.

Frederico Venâncio, responsável de micromobilidade da Bolt para Portugal e Espanha, considera fundamental “incentivar o uso de trotinetes para causar um impacto económico, social e ambiental positivo a longo prazo”. E acrescenta: “somos uma operadora que trabalha com diferentes regimes em todo o mundo, mas acreditamos que a acessibilidade deve ser o foco na transição para a mobilidade partilhada”.

 

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