A geração COP (pessoas nascidas desde a primeira COP em 1995 e com, atualmente, no máximo cerca de 29 anos) é o grupo etário mais otimista (a par da geração 35-44), com quase metade (49%) a acreditar que a crise climática será resolvida durante o seu tempo de vida. Os resultados são do Barómetro da Realidade Climática, promovido pela Epson.
Segundo explicado em comunicado, esta geração é nativa das alterações climáticas e viveu toda a sua vida na sombra de eventos meteorológicos cada vez mais adversos. “As suas experiências e perspetivas devem ser centrais nas soluções eficazes”, considera o relatório.
Os grupos etários 45-54 e mais de 55 registam o menor otimismo com 42% e 32%, respetivamente. Apesar de a Gen COP ser o grupo etário mais otimista, o grupo mais otimista de todos (55%) é composto pelos pais das crianças menores de 18 anos.
O otimismo conduz a diferentes resultados. Ao ser questionada sobre as ações climáticas positivas que já adotam, a Gen COP regista níveis de ação inferiores à média global em nove das 14 categorias e níveis de ação inferiores aos dos “pais e mães” em 12 das 14 categorias.
O relatório aponta como razão que “ a Gen COP cresceu com as alterações climáticas e com um foco crescente no ambiente, enquanto os grupos etários mais idosos poderão reconhecer o aumento de volatilidade ao longo do tempo”.
Outro ponto de destacar é que a Gen COP considera a “subida dos preços” como um problema maior do que as “alterações climáticas” (51% vs. 47%). A nível geral, as alterações climáticas (55%) são consideradas o maior desafio enfrentado globalmente, seguindo-se a “subida dos preços” (53%), a “pobreza” (37%) e o “conflito” (23%).
Ação e inação climática
Apesar de a adoção de medidas climáticas positivas estar generalizada, há grupos de inquiridos que afirmam que nunca agirão em áreas fundamentais. Como exemplo, globalmente, 38% dos inquiridos indicam já ter reduzido as viagens internacionais profissionais e de lazer, e mais 30% planeiam fazê-lo. No entanto, praticamente uma em cada seis pessoas afirma que nunca o fará (17%).
A relutância em limitar as viagens internacionais é significativamente mais elevada em mercados como Singapura, Espanha e Reino Unido (21%), Japão e Países Baixos (22%), Canadá e Alemanha (23%), Austrália e Sérvia (26%), e Israel (31%).
Em contrapartida, menos pessoas de países como a Coreia do Sul (9%), China (10%), Egito e Turquia (11%), Marrocos e Emirados Árabes Unidos (12%) afirmam que nunca reduzirão as viagens internacionais.
Globalmente, a resposta “Nunca o farei” também é particularmente percetível em áreas como “reduzir o consumo de produtos animais” (18%), “boicotar marcas não sustentáveis” (15%) e “incentivar amigos e família a saber mais sobre a crise climática” (10%).
Quando questionados sobre o que de mais importante podia uma empresa fazer para resolver o problema, 48% mencionaram o investimento em tecnologias ambientais. Seguiram-se de perto as melhorias na reciclagem e na reutilização de produtos (45%), as reduções na utilização de recursos (28%), o incentivo à participação dos colaboradores nas atividades ambientais (21%) e a compensação do impacto do carbono e do plástico (21%), que são as cinco principais respostas.
Metodologia do estudo
O estudo foi realizado pela Censuswide com uma amostra de 30 294 inquiridos com idade igual ou superior a 16 anos (com ponderação pela idade) em 39 mercados. Os dados foram recolhidos entre 13.07.2023 e 25.07.2023. A Censuswide conta com colaboradores da Market Research Society e segue o código de conduta MRS, que se baseia nos princípios ESOMAR.