O setor secundário é caracterizado por toda a produção industrial existente, sendo considerado um ramo de atividade de grande importância para a economia de um país. É nele que todas as matérias-primas são transformadas em diversos produtos manufaturados que, posteriormente, serão utilizados para consumo da população.
Desta forma, este setor abrange diversos tipos de indústrias – desde o vestuário até ao automotive. Nesses locais, encontra-se um dos departamentos mais importantes de uma organização, o chamado “chão de fábrica”, local onde ocorre toda o fabrico de uma determinada peça ou produto. Neste sentido, a indústria automotive requer, a nível mundial, um alto índice de qualidade de produtos e componentes, sobretudo, por ser um setor altamente regulado. Para além disso e devido à força da concorrência, é necessário um maior esforço na produtividade e na melhoria contínua dos processos, tendo como principais objetivos reduzir os custos de produção e usar técnicas de fabrico inovadoras e mais eficientes.
Perante este contexto, é indiscutível que a tecnologia tem sido um dos maiores aliados dos processos industriais nos últimos anos. O que antes era realizado em dias, ou até mesmo meses, hoje já pode ser solucionado em poucos minutos, sendo que o desenvolvimento tecnológico na indústria passou a ganhar cada vez mais força, permitindo o desenvolvimento de uma nova Era para o setor, com a chamada Indústria 4.0, também conhecida como Quarta Revolução Industrial, que tanto se fala.
É um facto que as rotas de mercado para as empresas da indústria automotive proliferaram, nos últimos anos, levando ao surgimento de novos modelos de negócios, tirando vantagem das oportunidades de relacionamentos sustentados e de valor agregado com os consumidores que procuram “resultados”, em vez de apenas “produtos”. Desta forma, nunca foi tão urgente construir relacionamentos de longo prazo com os consumidores, com base num entendimento profundo e, frequentemente, em tempo real, da sua evolução.
Para atingir esta meta, as empresas deste setor necessitam de adquirir ferramentas que as ajudem a agilizar todos os seus processos, de modo a conseguirem ter uma gestão integrada de toda a informação. Se antes todos os processos realizados em ambiente fabril eram permeados de falhas humanas e técnicas, uma vez que existiam dificuldades em ter um controlo completo e bem estruturado de todas as fases de produção, com o passar dos anos foram criadas ferramentas tecnológicas que possibilitam uma gestão mais eficiente, integrada e, consequentemente, uma tomada de decisão mais assertiva e informada.
Mas, para tal, é essencial que coloquem no centro da sua estratégia o Cliente, de modo a que consigam obter o seu feedback, bem como identificar qual a sua perceção relativamente à sua empresa; deverão também responder aos diversos segmentos, através do fornecimento de soluções que reflitam as reais necessidades individuais de cada Cliente, permitindo assim uma personalização e, por fim, a inclusão de soluções digitais inteligentes, que impulsionem a diferenciação e especificidades dos recursos digitais.
Assim, a finalidade desse novo modelo é basicamente o de integrar e conectar máquinas, sistemas de automação, etapas de desenvolvimento (que vão da engenharia de produção, passando pela produção da cadeia e terminando com a utilização do produto e dos seus serviços) com a integração de tecnologias como a Internet da Coisas (IoT), o Big Data e Analytics e Inteligência artificial, de forma a promover uma Transformação Digital em todos os setores dentro da indústria, inclusive no chão de fábrica.
Por outro lado, cada vez mais, estão presentes os softwares de gestão – ERP (Enterprise Resource Planning), que aos poucos foram sendo inseridos nas organizações com o objetivo de auxiliar a gestão empresarial, automatizando os processos e integrando os diversos setores num só lugar, através de um sistema inteiramente informatizado.
Atualmente, esses sistemas estão inseridos no dia-a-dia de praticamente todas as fábricas, independente de seu tamanho, no qual possibilitam aos gestores ter a possibilidade de mapear, em tempo real, tudo o que está a acontecer na empresa, tendo ao seu alcance todas as informações necessárias para a gestão do seu negócio.
Com a competitividade, a ser cada vez mais relevante, entre as organizações e com a presença cada vez maior de concorrentes, é urgente que as empresas tenham soluções de gestão totalmente integradas para que consigam controlar toda a organização com maior precisão, reduzindo drasticamente os problemas antes existentes e alcançando assim o sucesso.
Nuno Figueiredo, Board Member da Abaco Consulting