Direitos Reservados // El País A capital de França, Paris, tem vindo a implementar uma série de ações que visam tornar a cidade mais ‘verde’, de forma a combater o aquecimento global e tornar a cidade mais sustentável para os habitantes.
De acordo com o El País, os Jogos Olímpicos, que se realizaram na capital francesa, aceleraram este processo de transformação da cidade.
Atualmente, a Place de Catalogne, no sul de Paris, é já um exemplo desta transformação que tem ocorrido na cidade. No lugar da rotunda, rodeada de edifícios, está hoje uma “floresta urbana”, que conta com 470 árvores.
“Ainda teremos de esperar cerca de dez anos para que a floresta adquira uma determinada dimensão”, afirmou a Câmara Municipal de Paris, frisando que o novo espaço verde permitirá eliminar a impermeabilização do solo e reduzir a temperatura da praça e dos seus arredores em até 4 °C.
A remodelação do praça também foi acompanhada pela construção de novas ciclovias, um pouco como tem acontecido em toda a cidade, onde ciclistas ganham cada vez mais espaço, sublinha o jornal espanhol.
“O desafio não é apenas reduzir a presença de automóveis, algo que fazemos há cerca de 20 anos, mas plantar mais na cidade”, explicou Patrick Bloche, vice-presidente da Câmara Municipal, sublinhando que “nem sempre é fácil, uma vez que a capital francesa tem cerca 20 mil habitantes por quilómetro quadrado e é uma das mais densas do mundo, com o seu subsolo a abrigar uma importante rede de canalizações, telecomunicações, metro e estacionamentos. Esta é uma das razões pelas quais espaços verdes como o da Place de Catalogne não podem ser implementados em qualquer lugar, mas existem outras formas de fazer estas transformações e as mudanças, aos poucos, vão sendo notadas”.
Desde 2020, foram investidos um total de 110 milhões de euros em projetos de naturalização, avançou a Câmara Municipal, explicando que, além da Place de Catalogne, foi também inaugurado um novo parque com 3,5 hectares numa antiga linha ferroviária na zona leste da cidade, onde estão a ser plantadas 2.000 árvores.
“Estamos a procurar novos espaços verdes para conquistar e aumentar a vegetação nos espaços públicos”, sublinhou a Câmara. Para isso, a capital francesa tem vindo a aproveitar todo o espaço disponível, desde praças, ruas, telhados, muros e até pátios de escolas. “Não vamos apenas construir uma cidade com jardins, vamos caminhar para uma verdadeira cidade-jardim”, sublinhou Patrick Bloche.
Em junho do ano passado, foi aprovado o novo Plano de Planeamento Urbano Local que pretende se adaptar aos efeitos do aquecimento global. O documento estabelece uma série de objetivos para 2035, como a ampliação de alguns parques existentes ou a criação de novos.
Até 2050, a cidade planeia criar 300 hectares adicionais de áreas verdes. De acordo com Patrick Bloche, “o desafio é imenso. Em 10 anos, apenas 45 hectares de espaços verdes foram criados na cidade”.
De acordo com o El País, as novas diretrizes devem entrar em vigor em 2025. No entanto, a cidade já começou a trabalhar nelas, tendo os Jogos Olímpicos sido um acelerador de projetos. O maior exemplo é o do Rio Sena, onde o banho está proibido há cerca de um século devido à poluição.
Após um investimento de 1,4 mil milhões de euros para limpar as águas, os habitantes da cidade vão ter ‘luz verde’ para nadar no rio em três locais específicos que serão inaugurados dentro de um ano, avança o jornal espanhol.
Além disso, a Câmara Municipal de Paris também tem apostado em espaços de âmbito pedonal, estradas perto de escolas onde é proibida a circulação de veículos, ciclovias e a criação de ‘espaços verdes’ pela cidade que oferecem vegetação e pontos de água.
Também a cidade tem apostado em “ruas ajardinadas”, que reservam espaços para a plantação de arbustos, flores e outras plantas e ruas de alcatrão que foram substituídas por revestimentos mais leves. Foram ainda criados tabuleiros de xadrez desenhados no chão e pequenas pistas de atletismo.
