Em 2021, Portugal gastou 3.927,5 milhões de euros na Despesa nacional em proteção do ambiente (DNPA), um aumento de 18% face a 2020, tornando-se o ano em que o país mais apostou em proteção ambiental, de acordo com os dados divulgados terça-feira passada, dia 23 de abril, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
À exceção de 2017, a DNPA tem aumentado em termos nominais desde 2014, esclarece o INE, sendo que o valor gasto em 2021 corresponde a 1,8% do PIB nacional, situando-se abaixo da média da União Europeia (UE), que se fixou nos 2,2%.
De acordo com o INE, “a despesa nacional em proteção do ambiente aumentou mais do que o PIB”, que cresceu 7,7% em termos nominais.
Segundo a comunicação no site do Instituto, a subida deve-se ao aumento na despesa de consumo final em 20,8%, para os 1.056,2 milhões de euros, do consumo intermédio, um acréscimo de 22,6% correspondente a 2.132,6 mil milhões e à subida do investimento na produção de serviços de proteção ambiental, que se situou nos 6,1% e registou 775,4 milhões de euros. Desta forma, segundo o INE, “todos os setores institucionais da economia contribuíram para esta evolução positiva”.
Já no que toca às “sociedades”, as que mais contribuem para a DNPA, a comunicação à imprensa refere que foram responsáveis por 60,0% do valor total, observando-se um crescimento de 24% face ao período homólogo. Nas “administrações públicas” e nas “instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias” o aumento conjunto foi de 6%, seguido das “famílias”, que registaram um acréscimo de 17,2%.
De acordo com o Instituto, os dois domínios do ambiente mais relevantes para a DNPA explicam o comportamento positivo: a gestão dos resíduos, responsável por 44,7% do valor total, tendo crescido 20,5% e a gestão das águas residuais, que contribuiu com 29,9% para a despesa total e aumentou 18%.
“Por outro lado, aumentaram ligeiramente as representatividades de outras atividades de proteção ambiental”, como a proteção da biodiversidade e paisagem, “que constituem domínios pouco expressivos no total da DNPA”.
Em 2021, Portugal ocupou a décima sétima posição relativamente a esta despesa ‘per capita’, com 383,3 euros por habitante, quase metade da média da UE (718,8€ / habitante). Em primeiro lugar neste ranking, encontra-se a Áustria, seguida da Bélgica e da Chéquia.