A 20.ª edição do Global Risks Report do Fórum Económico Mundial (FEM), revelou um cenário global cada vez mais “fragmentado”, onde a escalada dos desafios geopolíticos, ambientais, sociais e tecnológicos ameaçam a estabilidade e o progresso.
No que diz respeito aos riscos ambientais, o relatório sublinha que dominam a perspetiva a longo prazo, com eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas, mudanças críticas nos sistemas terrestres e escassez de recursos naturais a liderarem os rankings de riscos a 10 anos.
O quinto risco ambiental no top 10 é a poluição, que também é identificada como um dos principais riscos a curto prazo. O sexto lugar, na perspetiva a curto prazo, reflete o reconhecimento crescente dos graves impactos na saúde e nos ecossistemas causados pela ampla gama de poluentes presentes no ar, na água e no solo.
Deste modo, em geral, os eventos climáticos extremos foram identificados como riscos significativos imediatos, de curto e de longo prazo.
“As tensões geopolíticas crescentes, a fragmentação da confiança global e a crise climática estão a pressionar o sistema global como nunca, afirmou Mirek Dušek, Diretor-Geral do Fórum Económico Mundial.
E continua: “num mundo marcado por profundas divisões e riscos em cascata, os líderes globais têm uma escolha: fomentar a colaboração e a resiliência ou enfrentar uma instabilidade crescente. O que está em jogo nunca foi tão crítico”.
O relatório, que se baseou nas opiniões de mais de 900 especialistas em riscos globais, decisores políticos e líderes da indústria, inquiridos entre setembro e outubro do ano passado, traça “um quadro sombrio para a próxima década”.
Para Peter Giger, Group Chief Risk Officer, Zurich Insurance Group, parceiro estratégico do FEM, “Com o planeta a ultrapassar pela primeira vez o limiar de aquecimento global de 1,5°C em 2024, os riscos são muito elevados. Os resultados do inquérito do relatório mostram claramente que os especialistas consideram os riscos climáticos críticos a longo prazo, mas, como nos mostram os títulos das notícias recentes, também exigem a nossa atenção a curto prazo”.
E continua: “é fundamental tomar medidas imediatas para atenuar os piores impactos das alterações climáticas e reforçar a resiliência. Os custos da inação e a falta de cooperação global estão a ter um impacto negativo”.
De 20 a 24 de janeiro, irá decorrer a reunião anual do Fórum Económico Mundial, que terá lugar em Davos-Klosters, na Suíça, e reúne líderes globais sobre a alçada do tema “Colaboração para a Era Inteligente”.
O encontro pretende promover novas parcerias e perspetivas para moldar um futuro mais sustentável e inclusivo numa era de tecnologia em rápido avanço, com foco em cinco áreas-chave: “Reimaginar o crescimento”; “Indústrias na era inteligente”; “Investir nas pessoas”; “Proteger o planeta” e “Reconstruir a confiança”.