Descarbonização

Aumento das temperaturas já levou à perda de 44 horas de sono por ano

Aumento das temperaturas já levou à perda de 44 horas de sono por ano

O aumento das temperaturas a nível global está a cortar as horas de sono da população mundial. De acordo com o maior estudo à data, um cidadão global, em média, já está a perder 44 horas de sono por ano, equivalente a 11 noites com sono inferior a sete horas (o standard definido pelo estudo).

A perda de horas de sono é cerca de um quarto maior nas mulheres, duas vezes maior para indivíduos com mais de 65 anos e três vezes maior para os cidadãos em nações menos ricas, informa o jornal The Guardian.  Os investigadores utilizaram dados de pulseiras de rastreio do sono, que foram utilizadas por 47 mil pessoas em sete milhões de noites e em 68 países.

Estudos anteriores mostraram que o aumento das temperaturas prejudica a saúde, incluindo o aumento dos ataques cardíacos, suicídios e crises de saúde mental, e acidentes e lesões, bem como a redução da capacidade de trabalho.

“Neste estudo, fornecemos a primeira evidência à escala planetária de que temperaturas mais quentes do que a média corrói o sono humano”, disse o investigador líder da Universidade de Copenhada, Kelton Minor. “Pode ser a ponta do icebergue, porque é muito provável que as nossas estimativas sejam conservadoras.”

O estudo, publicado na revista One Earth, analisou os dados do sono e da temperatura recolhidos entre 2015 e 2017 e concluiu que as temperaturas mais altas reduziram o sono, atrasando o seu início.

Os investigadores descobriram ainda que o impacto das noites mais quentes no sono era visto em todos os países, com impacto claro quando as temperaturas noturnas subiram acima dos 10ºC. O estudo revela também que não existiram sinais de que as pessoas pudessem adaptar-se às noites mais quentes.

O investigador nota ainda que “as pessoas de baixos rendimentos estão sub-representadas nos dados e nós somos muito transparentes sobre isso”. Dessa maneira, considera necessárias mais investigações, particularmente em locais que já estavam classificados como entre os mais quentes do mundo, como grandes partes da África, América Central e Médio Oriente. A pesquisa foi incapaz de avaliar a qualidade do sono, como as diferentes fases do sono, mas não houve alteração no número de vezes que as pessoas acordaram à noite.

 

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