Março de 2025 entrou para a história como o mês de março mais quente alguma vez registado na Europa, segundo o mais recente boletim do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do observatório europeu Copernicus (C3S).
As temperaturas ficaram “predominantemente acima da média” em toda a Europa, com as maiores anomalias quentes a registarem-se no leste da Europa e no sudoeste da Rússia. No entanto, a análise refere também que, em março deste ano, a maior parte do sul da Europa registou condições mais húmidas do que a média, em particular na Península Ibérica, “que foi atingida por uma série de tempestades e sofreu inundações generalizadas”.
“Março de 2025 foi o março mais quente para a Europa, destacando mais uma vez como as temperaturas continuam a atingir recordes. Foi também um mês com extremos de precipitação contrastantes em toda a Europa, com muitas áreas a viverem o seu março mais seco de sempre e outras o seu março mais chuvoso já registado nos últimos 47 anos”, afirmou Samantha Burgess, diretora adjunta do C3S.
O boletim também indica que o março de 2025 foi o segundo mais quente alguma vez registado no planeta, ficando apenas atrás de março de 2024, dando continuidade a uma tendência de temperaturas recorde ou quase recorde desde julho de 2023.
O março deste ano registou uma temperatura média de 14,06 °C, apenas 0,08 °C mais frio do que o recorde de março do ano passado e ligeiramente mais quente (0,02 °C) do que o mês de março de 2016, o terceiro mais quente de sempre, segundo avança o Copernicus.
O relatório refere ainda que março de 2025 foi o 20.º mês, dos últimos 21, em que a temperatura média global do ar à superfície foi superior a 1,5°C acima do nível pré-industrial.
Também a temperatura média da superfície do mar em março de 2025 foi de 20,96 °C, o segundo maior valor já registado para o mês, ficando 0,12 °C abaixo do recorde registado em março do ano passado.
Já no que diz respeito ao gelo marinho no Ártico, o boletim indica que atingiu, em março, a menor extensão mensal já registada para este mês nos 47 anos de registos por satélite, ficando 6% abaixo da média.
Este é o quarto mês consecutivo em que a extensão do gelo marinho estabelece um novo recorde mínimo para a época do ano, sublinha o Observatório Europeu Copernicus.
O Copernicus avança também que o gelo marinho na Antártida registou a quarta menor extensão mensal de sempre para o mês de março, situando-se 24% abaixo da média.