Reciclagem

“O país está comprometido, mas precisamos de dar mais ferramentas aos cidadãos”

“O país está comprometido, mas precisamos de dar mais ferramentas aos cidadãos”

“O país está comprometido, mas precisamos de dar mais ferramentas aos cidadãos”, declarou António Nogueira Leite, chairman da Sociedade Ponto Verde (SPV), durante o primeiro European Packaging Waste Meeting. O evento teve como objetivo partilhar experiências e conhecimento para encontrar sinergias e estratégias para o estado de emergência climática.

O responsável referiu que há “uma forte aposta e um forte investimento, mais de 15 milhões ao longo dos anos”, por parte da Sociedade Ponto Verde, “em novos processos, nova tecnologia, digitalização das operações de gestão de resíduos.” Indicou, ainda, que é necessária a “colaboração de todos”, apelando ao Governo, autoridades e a todos os parceiros.

Durante a Talk “Estão as smart cities a crescer ao ritmo necessário?”, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a necessidade de “aumentar a taxa turística para que essa contribuição pague mais limpeza do lixo”, bem como, “passar a aplicá-la aos cruzeiros, a partir de janeiro do próximo ano”.

“Considero injusto haver turistas que não pagam essa taxa, sendo que os barcos que os transportam são grandes poluidores da cidade”. O autarca sublinhou, também, a importância de promoção da reciclagem em Lisboa, onde apenas 29% dos resíduos são reciclados.

Já Virginijus Sinkevičius, Comissário Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, mostrou-se preocupado com o “aumento recorde na produção de resíduos de embalagens, o maior na última década”, e alertou para o facto das mudanças serem incontornáveis: “Precisamos evitar o desperdício desde o início. Isso significa restringir embalagens desnecessárias e promover materiais reutilizáveis”.

Durante a mesa redonda “Os resíduos urbanos são o “novo” ouro negro?” foram partilhadas práticas e soluções com potencial de fomentar a reciclagem e a economia circular na Europa.

A CEO da SPV, Ana Trigo Morais, reforçou a vantagem de se “dizer a verdade”, considerando importante “sermos transparentes com os consumidores, que estão a pagar o sistema” e que há que “mostrar às pessoas que as suas ações têm força.”

Por sua vez, Martin Prieler, CEO da ARA AG, da Áustria, acrescentou que é preciso “chegar a gerações diferentes, que têm motivações diferentes, para que não haja uma geração que não cumpre, enquanto outras já o fazem”.

A encerrar o evento, e referindo os desafios que Portugal tem pela frente, Ana Trigo Morais, explicou que estamos num momento decisivo onde o maior desafio vai ser a execução do PERSU 2030. “Desde que estou no setor dos resíduos não vi um plano estratégico a ser cumprido”, disse, acrescentando que o país conta “com instrumentos financeiros relevantes e, por isso, temos cada vez menos desculpas para que nada mude.”

A CEO da SPV defendeu, ainda, que na “gestão de resíduos precisamos mesmo de uma parceria público-privada”. Para a CEO da SPV “é nas embalagens que Portugal tem um bom case study para mostrar na Europa e que começou a ser construído há 26 anos pela SPV. Não podemos esperar outros 26 anos para cumprir o que a Europa e a sociedade exigem. Tendo em conta o desafio que temos pela frente, quer os poderes públicos, quer as entidades privadas terão de encontrar formas de tornar o sistema mais eficaz.”

 

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