A sustentabilidade é cada vez mais uma prioridade para os consumidores, que já escolhem onde comprar com base neste critério. E as empresas procuram seguir este caminho, encontrando formas de implementar e promover práticas de negócio sustentáveis.
Uma pesquisa levada a cabo pela Unibail-Rodamco-Westfield, realizada nos EUA, mostra que a sustentabilidade está na mente da maioria dos consumidores quando tomam decisões de compra e destaca as atitudes, comportamentos e desejos do consumidor que estão mais conscientes do meio ambiente.
O consumo orientado por valores continua a aumentar e esta é uma mudança importante e que merece ser observada pelos comerciantes. “As pessoas querem sentir-se bem com o que estão a comprar”. A frase é do relatório da Accenture – Fjord Trends 2022 − que revela que o consumidor anda a levantar mais questões nos pontos de venda, ao nível da ética, das condições dos trabalhadores, da utilização de animais e do comércio justo. E estas precisam de respostas.
“O consumo orientado por valores continua a aumentar e esta é uma mudança importante e que merece ser observada pelos comerciantes.”
Por outro lado, a análise da Worth Global Style Network (WGSN) sobre o consumidor do futuro 2022, revela que 90% dos entrevistados referiram sentir-se inseguros sobre o futuro quando pensam em crise climática. A investigação chega a falar mesmo em ecoansiedade − uma preocupação crónica com consequências geradas pelo aquecimento global.
O comércio social de venda peer-to-peer, de acordo com o mesmo estudo, continuará a atrair os consumidores que priorizam as lojas locais e a economia circular. Em vez de priorizarem a novidade quando compram roupa, estas pessoas interessam-se por lojas e iniciativas com um viés comunitário e sustentável.
Mas de que forma poderão as marcas e as retalhistas tirar proveito desta tendência, aproximando-se destes grupos?
O desafio pode ser visto como oportunidade e a WGSN refere os benefícios dessa estratégia, que passam por “atrair pessoas às lojas locais e atender o interesse do consumidor por produtos exclusivos, mas de modo sustentável.” O estudo demonstra ainda alguns exemplos implementados por marcas de renome, como a Ralph Lauren, que se juntou à Depop para vender uma edição limitada de peças dos anos 90. A parceria contou com uma convocação estratégica, com itens-chave da coleção sendo disponibilizados na flagship da Ralph Lauren, em Londres. A presença do público na loja e as vendas online aumentaram.
Em Jakarta, na Indonésia, a Rere usa o conceito da economia circular, “resgatando tecidos em vez de inutilizá-los, dando a oportunidade a diversas empresas de contribuir com a sustentabilidade, lucrar com isso e gerar empregos”, pode ler-se no estudo levado a cabo pela WGSN.