Pedro Sales, presidente da Associação Seaborne Portugal, abriu os trabalhos desta conferência, promovida pela Associação Seaborne Portugal, Revista Cargo e a ADFERSIT, e com o apoio do Instituto Superior Técnico, declarando que os objetivos “não são avaliar o PET (Plano Estratégico dos Transportes), mas sim complementá-lo, ouvindo opiniões, casos de estudo, dificuldades, estratégias e outros variados assuntos ligados ao setor”, começou por referir o presidente da jovem associação, acrescentando que o “sucesso dos investimentos previstos no PET depende de uma boa rede de transportes”. “Nos dias de hoje uma visão económica dos transportes terá que ter em vista todos os modos de transporte”, concluiu.
Joaquim Polido, presidente da ADFERSIT, na sua curta intervenção, lembrou que “qualquer transformação nas empresas públicas de transporte deve atender a questões de dimensão”, antes de se centrar na questão da regulação: “Os reguladores existentes são muito frágeis, sobretudo no setor ferroviário. É preciso que o país olhe para estas questões da regulação antes de avançar para as possíveis concessões”.
António Proença, gerente executivo da Carristur e administrador delegado da Otlis, começou por, numa análise macroeconómica, vincar que “não podemos pensar que a simples privatização resolve os problemas, partindo do princípio que o problema é o facto de estas empresas serem públicas”.
Ana Cristina Dourado, administradora da Fertagus, desvalorizou a questão das subidas de preços, pelo menos no imediato: “temos capacidade para fazer aumentos porque os transportes são efetivamente baratos, sobretudo ao nível dos passes. Mas temos que fazê-lo bem, aumentando de forma paulatina visto que estas coisas precisam de tempo para serem assimiladas pelos clientes”.
O Presidente do Conselho de Administração da TIS e professor catedrático de Transportes no IST e MIT Portugal, José Manuel Viegas, foi o último a tomar a palavra. Vincando que “o sistema atual da mobilidade urbana é um ónus para a economia na questão financeira, na questão da produtividade e na questão da saúde”, o especialista em transportes realçou a importância de “tornar este ónus em alavanca da economia”.