O negócio das paletes sofreu quebras de volumes em setores como os dependentes do canal HORECA e de bens não essenciais, mas continua a ser essencial para a generalidade da indústria. A conjuntura dita que o aumento do comércio online e a flexibilidade dos horários de distribuição tenham impacto na tipologia de frota e de paletes a utilizar, sendo de esperar um maior volume de paletes de pequeno formato, dada a relevância crescente das lojas de proximidade.
As paletes são “um elemento resiliente” em toda a cadeia de abastecimento, mas que acaba inevitavelmente por ser afetado pela situação económica atual, “sendo visíveis as quebras de volumes em alguns setores de atividade”. Segundo perspetiva a LPR, que regista um elevado peso do setor alimentar no seu portfolio de clientes, os setores mais afetados são, sobretudo os “dependentes do canal HORECA ou de bens não essenciais”.
Flávio Guerreiro, country manager da LPR, acredita que, devido à Covid-19, “existem aspetos que irão seguramente seguir um caminho próprio, como é o caso da crescente importância das lojas de proximidade, as quais irão forçosamente aumentar o volume e a percentagem de paletes de pequeno formato”. Mas também no que concerne a flexibilidade dos horários de distribuição e aumento do comércio online, com consequente impacto na tipologia de frota a utilizar, assim como da tipologia de paletes”, defende.
Com um “primeiro trimestre muito positivo” e “um forte incremento nos alugueres no último trimestre”, o grupo Rotom não regista “quebras acentuadas no semestre”. Em Portugal, e “apesar de alguns setores como o automóvel terem tido quebras, o crescimento do aluguer e serviços conseguiram amenizar a situação”, explica Miguel Correia, diretor-geral da empresa.
Na sua opinião, “este negócio continua a ser essencial para a generalidade da indústria”, mas necessita de investimentos, como os que a Rotom continua a fazer em recursos humanos especializados em engenharia e desenvolvimento de novos produtos, nas operações, no marketing e e-commerce e no ICT. A fornecedora de paletes de madeira, plástico e fibra de madeira investe ainda em maquinaria robotizada, uma tendência que se impõe já ao setor.
Outra tendência, prevê a LPR, é que as paletes de aluguer continuem “a ser claramente a modalidade mais utilizada no mercado nacional, não só pelos seus níveis de penetração atuais, como pelo valor acrescentado que geram em toda a supply chain. A LPR “tem crescido acima de 10% nos últimos anos, evidenciando o forte crescimento deste sector, onde diariamente se assiste a uma inversão da palete de compra/branca para a palete de aluguer, não só em virtude da tendência seguida pela distribuição moderna, como pela perceção direta das mais valias proporcionadas pelo sistema de aluguer de paletes, nomeadamente a qualidade, garantia de fornecimento, simplicidade dos processos e preços competitivos”, defende Flávio Guerreiro.
Dentro do sistema de aluguer de paletes, “existe uma tendência para um crescimento dos pequenos formatos, nomeadamente dos quartos e meias paletes, essencialmente para a distribuição, nomeadamente ao nível dos hard-discounts e lojas de proximidade, devido à sua dimensão e crescentes níveis de penetração”, detalha o country manager. Facto que levou a LPR a reforçar os meios e equipamentos alusivos a este tipo de palete, adianta o responsável. No entanto, “as euro-paletes ainda representam a esmagadora maioria das paletes utilizadas, com cerca de 80% do volume total”, e “apesar da potencial redução de relevância no futuro”, este “continuará a manter-se como o principal formato utilizado em Portugal”, conclui Flávio Guerreiro.
Soluções para otimizar a logística
O crescimento do comércio eletrónico é outro comportamento do mercado que previsivelmente trará muitos benefícios ao negócio da paletização: a Rotom continua a investir em força no e-commerce com a sua loja online (que regista “um forte crescimento desde a Covid-19”). Para a empresa, o potencial de desenvolvimento do setor passa ainda por procurar distinções face à concorrência, como ser detentora da licença EPAL (PT300-RE) para Europalete madeira usada, e auditada pela Bureau Veritas, “garantindo a qualidade máxima nestes ativos”.
Segundo Miguel Correia, para dar resposta às grandes tendências do mercado, a Rotom “afirma-se como uma consultora”, ou “um parceiro para a supply chain”, identificando melhorias na paletização e em produtos para a logística e armazenamento, fazendo um relatório detalhado sem qualquer custo, e adaptando as suas propostas adaptadas a cada caso em concreto. O que permite que as empresas obtenham “aforros com os seus serviços e otimizem a sua logística e armazenamento”, diz.
A LPR proporciona aos clientes soluções de aluguer de paletes, com paletes de alta qualidade e inteiramente compatíveis com sistemas automatizados de produção, armazenagem e distribuição. A empresa possui vários formatos de paletes, que vão desde a Euro palete (800X1200), “o formato largamente mais utilizado em Portugal”; à palete Inglesa (1.000X1.200), utilizada em particular “a nível industrial e exportação para o Reino Unido”; meia palete (600X800), “com forte penetração na distribuição moderna, sobretudo ao nível dos hard-discounts e lojas de proximidade, devido à sua dimensão”, e por fim o quarto de palete de plástico (600X400), “especialmente indicada para exposição em loja”.
Segundo Flávio Guerreiro, apesar do crescimento nos últimos anos dos pequenos formatos (800X600) e (400X600), “vocacionados para produtos promocionais, campanhas e/ou lojas de pequena dimensão, a euro palete (800X1200) representa ainda cerca de 80% do volume total de paletes transacionadas no mercado nacional”.
As paletes da LPR destinam-se sobretudo ao setor dos Fast Moving Consumer Goods (FMCG), com posterior envio para a distribuição moderna e retalho tradicional, a nível nacional e internacional, e “em conformidade com todas as normas de higiene e qualidade em vigor”. Segundo Flávio Guerreiro, a LPR” foi a primeira empresa do setor de pooling de paletes a obter a certificação PEFC”, garantindo que os seus clientes podem receber paletes provenientes de florestas geridas de forma sustentável.
Em 2020, a LPR obteve a certificação Global Clean Site, “assegurando aos seus parceiros que todas as medidas preventivas contra a Covid-19 foram implementadas, e garantindo a segurança em toda a cadeia de abastecimento”, sublinha o country manager.
A empresa finalizou o exercício de 2019 com uma subida de 8% no volume de paletes transacionadas em território nacional. Um resultado “decorrente do contínuo ajuste de portfólio pela qualidade, e que permitiu, uma vez mais, à companhia superar as expectativas e apresentar renovados indicadores de crescimento”, comenta. Superado o objetivo de atingir os 17 milhões de paletes movimentadas, o ano de 2020 “terá como prioridade a captação de novos clientes e o alargamento do portfólio de paletes”, nomeadamente através dos formatos de plástico, onde predominam as meias e os quartos de paletes, e sem esquecer as fundamentais europaletes.
Já a Rotom comercializa várias soluções de paletização (em madeira, plástico e fibra de madeira), em várias medidas: formato europeu, industrial, meia europalete, paletes para exposição, cp1, cp3, cp9. A empresa fornece paletes à medida, e com duas entradas e quatro entradas, um só uso ou uso múltiplo, abertas e fechadas. Todas no estrito “cumprimento da legislação fitossanitária ISPM15”, garante Miguel Correia.
A nível de modalidades de comercialização, a empresa realiza venda, aluguer, pooling e serviço de recuperação de embalagens em toda a Europa. Em 2019, em Portugal, a Rotom atingiu 4,9 milhões de euros, e em 2020 a previsão é de 5.8 milhões.