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Bactéria que torna açúcar em alceno pode ajudar a criar biocombustível

A partir da glicose (um tipo de açúcar), variantes da bactéria E. coli que não são perigosas à saúde humana conseguiram gerar alcenos (um tipo de hidrocarboneto que está entre os componentes da gasolina). O resultado é fruto do projeto liderado pelas bioquímicas Zhen Q. Wang, na Universidade de Buffalo (Nova Iorque) e Michelle C. Y. Chang, na Universidade de Califórnia em Berkeley.

Zhen Q. Wang, citada em comunicado, explica que os alcenos compreendem uma pequena percentagem das moléculas na gasolina tal como é atualmente produzida, mas que o processo que a equipa desenvolveu pode ser ajustado no futuro para gerar outros tipos de hidrocarbonetos que incluam alguns dos outros componentes da gasolina. A investigadora nota ainda que os alcenos têm também aplicações não combustíveis, uma vez que são utilizados em lubrificantes industriais e como precursores para a produção de plásticos.

A bactéria E. coli utilizada nas experiências foi geneticamente modificada para produzir um conjunto de quatro enzimas que convertem glicose em compostos denominados 3-hydroxy fatty acids. À medida que as bactérias consumiam a glicose, também começaram a gerar os ácidos gordos.

A investigadora Zhen Q. Wang lembra que “a glicose é produzida pelas plantas através da fotossíntese, que transforma o dióxido de carbono (CO2) e a água em oxigénio e açúcar”. Desta maneira, a bioquímica considera que a glicose acaba por ser uma “fonte renovável”.

Futuramente, a equipa de investigação quer compreender os benefícios do novo método e se pode ser dimensionado de forma eficiente para a produção de biocombustíveis ou para outros fins. Os cientistas também estão interessados em aumentar o rendimento. No processo atual, são precisas 100 moléculas de glicose para produzir cerca de oito moléculas de alceno.

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