A mobilidade elétrica “vai dominar as estradas nos próximos anos”, o que representa uma oportunidade para Portugal, tanto do ponto de vista da sustentabilidade ambiental como financeira. Quem o diz é a Nissan Portugal, que recentemente promove o ‘Fórum Nissan para a Mobilidade Inteligente’, um evento que juntou vários especialistas.
“O congestionamento nas cidades é algo que temos de melhorar. Mas também queremos atingir o objetivo zero vítimas de acidentes de automóveis”, sublinhou Gareth Dunsmore, Diretor de Veículos Elétricos da Nissan Europa. Para isso ser possível, “a inteligência artificial vai fazer parte do nosso dia-a-dia. Muitos fabricantes já disseram que, em 2020, vão lançar automóveis totalmente autónomos e 2020 é já ao virar da esquina. Há vários testes a decorrer nos Estados Unidos e Europa, mas a legislação atual também tem desafios pela frente, uma vez que não está preparada para a revolução tecnológica que está a acontecer.”
O responsável da Nissan revelou ainda ao Fórum a sua visão para o futuro: “se o seu automóvel estiver ligado à internet, se tiver condução autónoma, o que é que o impede de o deixar – a si – à porta de casa, dar a volta e estacionar sozinho num parque subterrâneo, onde se ligará automaticamente à rede para carregar? É esse tipo de visão que pretendemos tornar realidade”.
Gareth Dunsmore aproveitou para revelar que a Nissan acabou de introduzir o primeiro programa de automóveis elétricos usados, no Reino Unido, Alemanha e França. Em breve “vai poder comprar-se um veículo elétrico ao mesmo preço de um de combustão com 6 ou 7 anos. À medida que formos desenvolvendo o mercado de viaturas elétricas, vai haver cada vez mais automóveis 100% elétricos acessíveis.”
O Fórum foi encerrado por Jorge Seguro Sanches, Secretário de Estado para a Energia, que sublinhou que “Portugal se assumiu, nos últimos anos, como um país exemplo na energia renovável. Não tendo recursos fósseis, aplicámos ao setor energético um ambicioso plano de promoção das renováveis, que nos permite dar grandes exemplos internacionais. Esta opção de futuro colocou Portugal no radar de muitos investimentos internacionais, quer no setor da energia, quer em setores industriais associados”.
O Secretário de Estado frisou que “estão ultrapassadas algumas das barreiras que na área da energia dificultavam a liberdade elétrica”. E exemplificou: “qualquer consumidor pode instalar na garagem de um condomínio uma pequena box ou ponto de carregamento para a mobilidade elétrica e utilizar o cartão de qualquer comercializador, para o carregamento específico no condomínio. O consumo da eletricidade para a mobilidade elétrica é posteriormente deduzido do consumo do condomínio e pago, em separado, ao comercializador”.