Os ministros dos transportes da União Europeia reuniram-se em Bruxelas para discutir o problema levantados pelas nuvens de cinza, sem contudo encontrar uma solução financeira para as companhias que em meados de Abril foram obrigadas a deixar os aviões em terra durante seis dias.
Apesar de «existir legislação específica que prevê ajudas em situações excepcionais como é o caso, mas ainda está a decorrer a avaliação dos impactos», disse ao Diário Económico o ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações. De acordo com António Mendonça em Portugal os prejuízos «rondaram os 12 ou 13 milhões de euros», sendo que desta verba, que corresponderá ainda a «um levantamento preliminar», cerca de nove milhões de euros dizem respeito às perdas da TAP; 2,5 milhões a 2,6 milhões serão os prejuízos contabilizados pela ANA – Aeroportos de Portugal e os restantes 950 mil euros são danos da NAV – Navegação Aérea.
Já os números divulgados pela IATA (Associação Internacional das Companhias de Aviação) apontam para perdas de 1,7 mil milhões de dólares, durante o período em que mais de 100 mil voos e cerca de 10 milhões de passageiros ficaram em terra. Da reunião dos ministros dos transportes saiu ontem a decisão de antecipar o “céu único europeu” que permitirá passar de 27 espaços aéreos nacionais para apenas nove “grupos”, tendo igualmente sido discutidos os direitos dos passageiros e a necessidade de «haver igualdade tratamento por parte de todas as companhias aéreas, sejam elas de bandeira ou low cost», explicou António Mendonça.
Adiantou ainda o Diário Económico que o um último ponto discutido no encontro em Bruxelas focou, segundo o ministro português a necessidade de «olhar para a Europa e para os transportes de uma forma integrada, em que cada modo – o modo aéreo, o rodoviário e o ferroviário temo seu papel e a sua vocação específica».
«Esta situação tornou videntes as debilidades portuguesas e a importância de desenvolver uma boa articulação ferroviária não só com Espanha, mas com o resto da Europa», acrescentou António Mendonça, sublinhando a necessidade de se avançar com as linhas de alta velocidade.