O projeto “Ocean2Oils”, desenvolvido pelo MARE – Politécnico de Leiria, quer utilizar extratos de algas para aumentar o tempo de vida útil dos óleos alimentares. As algas também seriam utilizadas em polmes para revestir alimentos antes de serem fritos e em rações para aquacultura, avança o Observador.
Segundo resultados preliminares de um estudo sobre essa possibilidade, “a suplementação com algas aumenta a estabilidade do óleo e prolonga o seu tempo de vida útil, evitando algumas reações que levam à degradação”, revelou a investigadora do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Carla Tecelão, à agência Lusa.
O projeto visa “explorar as algas como fonte de compostos bioativos, em particular de antioxidantes”, que, segundo a investigadora, “são extraídos e adicionados ao óleo”.
O “caráter inovador do estudo motivou o pedido de uma patente nacional que foi concedida” e, de acordo com Carla Tecelão, o projeto abrange ainda mais duas linhas de investigação.
A primeira refere-se à utilização no desenvolvimento de revestimentos comestíveis para aplicação “em alimentos antes da fritura, por forma a minimizar a perda de água e a absorção de óleo pelos produtos fritos”.
Já a segunda tem como o objetivo “o aproveitamento da biomassa residual, que fica depois da extração dos oxidantes, e que ainda é rica em nutrientes e em rações para aquacultura”, afirmou a investigadora.
O projeto teve início em setembro de 2019 e deveria ficar concluído no final deste mês. Os atrasos devido à pandemia da covid-19 levam a equipa a pedir uma prorrogação, já concedida até fevereiro de 2022.
O consórcio do projeto “Ocean2Oils” envolve quatro entidades, duas instituições de ensino superior – o IPL, como promotor, e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa – e duas empresas: a Sovena Consumers Goods (na área do comércio de azeite, óleos vegetais e sabões) e a Francisco Baratizo, sediada em Peniche e que se dedica à congelação e transformação de produtos da pesca.